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Quem é Nikki Haley, última adversária de Trump nas primárias

Ex-governadora da Carolina do Sul, ela busca atrair eleitores conservadores com dúvidas sobre o ex-presidente

Nikki Haley: candidata falou com a imprensa em Hampton, New Hampshire, nesta terça, 23 (Joseph Prezioso/AFP)

Nikki Haley: candidata falou com a imprensa em Hampton, New Hampshire, nesta terça, 23 (Joseph Prezioso/AFP)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 21h59.

Durante dois anos, ela foi a voz de Donald Trump na ONU, mas agora Nikki Haley é o último obstáculo entre o ex-presidente e a nomeação republicana para a eleição presidencial dos EUA de 2024.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, decidiu apoiar Trump, que venceu as primeiras primárias republicanas em Iowa em 15 de janeiro.

Única mulher na disputa entre os republicanos e a nova queridinha da direita americana, essa ex-governadora da Carolina do Sul encarna os valores conservadores clássicos contra dívida e impostos elevados e um sistema de imigração que considera frouxo.

Ela é a favor do aumento da idade da aposentadoria para os recém-chegados ao mercado de trabalho, a fim de salvar da falência os sistemas de seguridade social e de seguro de saúde.
Donald Trump costuma chamá-la de "globalista".

"Ela ama o mundo, eu amo a América primeiro", disse ele durante um comício em Iowa, acusando a rival, recorrentemente, de querer "aumentar os impostos, sangrar a Seguridade Social" e até "abrir as fronteiras".

Na realidade, seus programas diferem pouco, salvo no caso da Ucrânia, país que Nikki Haley espera continuar apoiando maciçamente contra a invasão russa, enquanto Donald Trump se orgulha de ser capaz de atuar como mediador entre Kiev e Moscou.

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Nova geração

A batalha é essencialmente de estilo e geração. Foi Trump quem a nomeou para o prestigioso cargo de embaixadora nas Nações Unidas no início de sua presidência em 2017, apesar de ela não ter experiência internacional.

Por um tempo, Nikki evitou ataques frontais contra ele, mas isso vem mudando a cada dia que passa. "Certo ou errado, o caos o persegue", repetiu nos últimos dias, em uma possível alusão às múltiplas acusações que Trump enfrenta na Justiça.

"Não sobreviveremos a mais quatro anos de caos", adverte Nikki Haley, de 52 anos, sobre o presidente democrata Joe Biden, 81, e seu ex-chefe, de 77.

"A única maneira de convencer uma maioria de americanos é eleger um líder de uma nova geração e deixar para trás a negatividade e a passividade e olhar para o futuro", insiste.
No último fim de semana, ela intensificou as críticas, questionando a "capacidade mental" de Donald Trump.

Filha de migrantes

Nikki Haley parece não se importar com os insultos de Donald Trump, que a chama de "cabeça oca" e não a perdoa por ter traído a promessa de não concorrer contra ele, caso fosse candidato em 2024. Pelo contrário, considera que é um motivo para sua ascensão nas pesquisas, graças, também, às suas intervenções nos debates entre pré-candidatos republicanos dos quais Trump não participou.

Neles, destacou-se por um discurso mais moderado que o de seus rivais sobre o aborto, ciente de que seu partido sofreu uma série de reveses eleitorais depois que a Suprema Corte americana anulou a proteção constitucional do direito à interrupção voluntária da gravidez no país.

Nimarata Nikki Randhawa é filha de migrantes indianos da religião sikh. Tem dois filhos e é casada com um oficial da Guarda Nacional, atualmente destacado no Djibuti.

Entrou na política no início dos anos 2000, quando ganhou uma cadeira no Congresso em seu estado natal, a Carolina do Sul. Ganhou destaque em 2010, durante sua campanha para se tornar governadora. Depois de eleita, manteve-se à direita, com forte hostilidade em relação aos sindicatos e aos impostos, assim como ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Também foi reticente quanto a acolher refugiados sírios em seu estado.

Em 17 de junho de 2015, um supremacista branco entrou em uma igreja de Charleston e matou nove fiéis afro-americanos. Haley então ordenou que a bandeira confederada, considerada por muitos um símbolo de racismo e escravidão, fosse removida do Congresso estadual.

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