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Québec define seu futuro entre federalistas e soberanistas

Quase seis milhões de quebequenses estão convocados às urnas para escolher seu próximo governo provincial

Philippe Couillard, líder do federalista Partido Liberal do Québec (PLQ), acena para seus apoiadores durante campanha em Quebec, no Canadá (Christinne Muschi/Reuters)

Philippe Couillard, líder do federalista Partido Liberal do Québec (PLQ), acena para seus apoiadores durante campanha em Quebec, no Canadá (Christinne Muschi/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2014 às 22h22.

Toronto - No próximo dia 7 de abril quase seis milhões de quebequenses estão convocados às urnas para escolher seu próximo governo provincial entre o defensor da soberania Partido Quebequense (PQ), de Pauline Marois, e o federalista Partido Liberal do Québec (PLQ), de Philippe Couillard.

Estes dois partidos dividiram as cadeiras do Parlamento provincial, a chamada Assembleia Nacional do Québec, e os governos da província nas últimas décadas e a situação se repetirá de novo na próxima segunda-feira.

Além do PQ e o PLQ, o partido nacionalista Coalizão para o Futuro do Québec (CAQ) e os independentistas de esquerda Québec Solidaire (QS) também devem eleger deputados nos pleitos provinciais, mas não os suficientes para influir no resultado.

Para Marois, de 65 anos, são as segundas eleições à frente do PQ. Nas eleições de 4 de setembro de 2012, o PQ com Marois à frente conseguiu 54 das 125 cadeiras da Assembleia Nacional, quatro mais que o até então governante PLQ.

Desta forma, Marois, procedente de uma modesta família trabalhadora e devotamente católica, se transformou na primeira mulher à frente do governo do Québec.

Marois, que antes de conquistar a liderança do PQ em 2007 ocupou vários cargos ministeriais em sucessivos governos do PQ, até o ponto de ser qualificada como 'ministra de tudo', é descrita como uma política astuta.

Talvez por isso, tenha decidido no último dia 5 de março antecipar as eleições apenas 18 meses depois dos pleitos anteriores após apresentar na Assembleia Nacional um controvertido projeto de lei que proibiria os funcionários públicos de usar símbolos religiosos, como véus islâmicos ou gorros judeus.

Embora o projeto de lei, chamado Carta de Valores, tenha sido duramente criticado por organizações de direitos humanos, grupos religiosos e partidos políticos da oposição, a proposta impulsionou a popularidade do PQ e Marois entre os eleitores francófonos e rurais da província.


O aumento da popularidade foi tamanho que, segundo as enquetes do final de fevereiro, não só teria ganhado as eleições provinciais, mas também a maioria absoluta das 125 cadeiras da Assembleia Nacional.

Philippe Couillard, de 56 anos, um político considerado sem carisma até o início da campanha eleitoral, é a pessoa que pretende arrebatar a vitória de Marois e dos soberanistas do PQ.

O neurocirurgião Couillard está apenas um ano à frente do PLQ, embora anteriormente, de 2003 a 2008, tenha sido ministro da Saúde no governo do PLQ.

Mas desde que começou a campanha eleitoral, a insistência de Couillard que uma vitória por maioria absoluta de Marois e do PQ significará um novo referendo independentista propulsou o PLQ nas enquetes.

Pouco antes da convocação das eleições, as pesquisas atribuíam ao PQ uma intenção de votos de 37%, enquanto o PLQ tinha 35%.

E embora a diferença percentual pareça pequena, o particular sistema eleitoral canadense, onde cada umas das 125 circunscrições do Québec elegem como deputado apenas o candidato que mais votos obtém, e a concentração do voto federalista pressagiava uma vitória por maioria absoluta para Marois.

Mas três semanas depois, Couillard e os liberais tinham aumentado seu apoio a 40% nas enquetes enquanto o PQ ficou com 33%, o que permitiria ao PLQ garantir a maioria absoluta da Assembleia Nacional.

A queda nas enquetes fez com que o PQ mudasse sua estratégia, falasse menos de um possível referendo defensor da soberania e se concentrasse em propostas econômicas e na Carta de Valores do Québec.

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