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Mundo ultrapassa 100 milhões de doses da vacina, mais do que casos de covid-19

O mundo passou a ter mais doses da vacina contra o coronavírus aplicadas do que casos da doença. O Brasil chegou a 1,2% da população vacinada

Doses aplicadas da vacina da covid-19 a cada 100 habitantes: vacinação ainda está concentrada no Hemisfério Norte (Our World In Data/Reprodução)

Doses aplicadas da vacina da covid-19 a cada 100 habitantes: vacinação ainda está concentrada no Hemisfério Norte (Our World In Data/Reprodução)

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Carolina Riveira

Publicado em 3 de fevereiro de 2021 às 09h50.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2021 às 17h28.

O mundo superou nesta semana a marca de 100 milhões de doses aplicadas da vacina contra o novo coronavírus. Até esta quarta-feira, 3, eram mais de 104,6 milhões de doses da vacina aplicadas, segundo levantamento diário da agência Bloomberg.

O número é pela primeira vez superior ao total de casos de coronavírus, em 103,97 milhões na manhã desta quarta-feira, segundo contagem da Universidade Johns Hopkins.

Ao todo, pelo menos 66 países já começaram algum tipo de vacinação fora dos testes clínicos. Há duas semanas, eram somente cerca de 50 países, o que mostra que mais lugares têm começado a vacinar, embora com predominância ainda nos países mais ricos, que reservaram boa parte das primeiras vacinas aprovadas.

O Brasil começou sua vacinação no último dia 17 de janeiro, e usa atualmente a Coronavac (da chinesa Sinovac) e a vacina de AstraZeneca/Oxford.

O país chega perto dos 2,5 milhões de vacinados até agora (cerca de 1,2% da população), todos ainda com a primeira dose. Os números são de apuração do consórcio de imprensa formado por G1, O Globo, Extra, Estadão, Folha e UOL, uma vez que a plataforma do governo federal tem mostrado dados desatualizados em relação aos estados.

Apesar da velocidade aquém do desejado na vacinação brasileira, o Brasil se tornou o país latino-americano com maior número de doses aplicadas e maior número de doses a cada 100 habitantes, à frente de países como México e Argentina.

O país com maior número absoluto de vacinados são os Estados Unidos, com 33,7 milhões de doses aplicadas. Dentre esse grupo, mais de 8% da população recebeu ao menos a primeira dose, e outros 2% já receberam a segunda.

Os americanos começaram a vacinação no último dia 14 de dezembro, com a vacina da americana Pfizer com a alemã BioNTech, a primeira aprovada de forma mais ampla no mundo. Dias depois, aprovaram também a vacina da americana Moderna, com boa parte do financiamento vindo do governo americano.

O Reino Unido foi o primeiro a começar a vacinar com o imunizante da Pfizer, em 8 de dezembro, e chegou a 10 milhões de doses, terceiro país no mundo com mais doses aplicadas. São 15 doses a cada 100 habitantes, pouco mais de 14% da população tendo recebido a primeira dose. O país também aprovou dias depois a vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford, a mesma usada no Brasil.

A vacinação no Reino Unido tem gerado críticas à União Europeia, que tem mais doses aplicadas, mas ainda muito pouco para o tamanho de sua população: são 3 doses a cada 100 habitantes, abaixo da taxa dos britânicos, que deixaram o bloco europeu em janeiro e, assim, puderam começar a vacinar antes da UE.

O número de doses aplicadas não representa o total exato de pessoas vacinadas, uma vez que algumas pessoas podem já ter tomado duas doses do imunizante -- embora boa parte das doses contabilizadas sejam ainda da primeira aplicação.

o país com maior porcentagem da população vacinada é Israel, que tem 56 doses a cada 100 habitantes -- e já vacinou 35% da população ao menos com a primeira dose. A estimativa da população vacinada não inclui os territórios palestinos no país, que não fazem parte da campanha israelense, o que vem gerando críticas ao governo.

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China e Rússia também têm bons números de vacinação até agora. A Rússia divulga que 800.000 pessoas tomaram a primeira dose, mas se incluída a segunda dose, o número deve ser maior, segundo a Bloomberg. Já a China é a segunda no mundo com mais doses aplicadas (24 milhões, atrás somente dos EUA), mas devido à população numerosa, o país tem ainda menos de 2 doses a cada 100 habitantes.

Os dois países começaram a imunizar a população mais cedo, mesmo antes do fim da fase de testes de suas vacinas nacionais, com a Sputnik V na Rússia e, na China, a Coronavac e a vacina da estatal chinesa Sinopharm.

No Brasil, uma expectativa para os próximos dias é de manifestações da Anvisa sobre a Sputnik V, que divulgou nesta terça-feira, 2, eficácia de 91,6%. A farmacêutica União Química espera importar 10 milhões de doses prontas e produzir também a vacina nacionalmente. A Sputnik V tem sido a vacina usada na Argentina, que começou a vacinar em dezembro e chegou a quase 400.000 pessoas vacinadas, incluindo o presidente Alberto Fernández. O México também aprovou o uso emergencial da vacina nesta terça-feira. 

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