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Qualidade do ar piora nas grandes cidades

Estudo sobre 1.600 cidades de 91 países constata que apenas 12% da população total de complexos urbanos respiram ar conforme as normas da OMS

Rawalpindi, no Paquistão: cidade é uma das mais poluídas no mundo (AFP/Arquivos)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2014 às 18h44.

A qualidade do ar nas grandes cidades do mundo continua a se deteriorar, o que representa um sério risco à saúde das pessoas, alertou nesta quarta-feira um relatório da Organização Mundial da Saúde ( OMS ).

O estudo sobre 1.600 cidades de 91 países constata que apenas 12% da população total destes complexos urbanos respiram ar conforme as normas da OMS.

"No geral, infelizmente, a situação da poluição do ar tem piorado", observa Maria Neira, diretora de Saúde Pública da OMS em Genebra.

As cidades mais afetadas por esta degradação estão em países em desenvolvimento, enquanto que as cidades de países ricos registraram uma melhora na qualidade de seu ar.

"Muitos centros urbanos estão atualmente tão envolvidos em ar sujo que a silhueta de seus edifícios é invisível", lamentou Flavia Bustreo, diretora-geral adjunta da OMS, destacando o perigo deste ar para a saúde.

Em seu relatório anterior, publicado em março, a OMS havia considerado que a poluição de partículas finas deve-se principalmente à queima de carvão e aos motores a diesel dos veículos, que contribuiu para a morte de 3,7 milhões de pessoas em todo o mundo em 2012.

"A poluição do ar afeta seriamente a saúde, a situação é realmente dramática", declarou a jornalistas Neira.

Essa poluição está associada com mortes por problemas cardíacos, doenças respiratórias e câncer de pulmão.

Metade da população urbana mundial respira um ar em que os níveis de contaminação por partículas são pelo menos 2,5 vezes superiores ao considerado seguro.

Bogotá e Copenhague

As partículas em suspensão (PM) menores que 10 mícrons - 10 milionésimos do metro - podem passar às vias aéreas e provocar problemas respiratórios, enquanto as menores, de 2,5 mícrons, podem inclusive penetrar na corrente sanguínea.

O nível recomendado de partículas finas de 10 mícrons (PM10) é de 20 microgramas por metro cúbico, mas em Rawalpindi, no Paquistão, esta quantidade é 20 vezes superior e em Nova Délhi, na Índia, 28 vezes superior.

As partículas menores, PM2,5 (2,5 mícrons) são encontradas em concentrações dez vezes maiores do que o considerado suportável (10 microgramas por metro cúbico) na cidade paquistanesa e 15 vezes na capital indiana.

Neira destacou, no entanto, que a base de dados, elaborada principalmente com informações compiladas pelas próprias cidades, não pretende fazer uma classificação das cidades mais contaminadas do mundo.

"Algumas das piores (...) não compilam dados regularmente", destacou.

Contudo, a OMS elogiou o efeito positivo que podem ter as políticas locais precisas sobre a qualidade do ar e deu o exemplo de Bogotá, na Colômbia, e Copenhague, na Dinamarca, onde a qualidade melhorou ao se favorecer do uso de transportes de massa e de bicicletas.

"Não podemos comprar garrafas de ar limpo, mas as cidades podem adotar medidas para melhorar a qualidade do ar e salvar a vida de seus moradores", ressaltou Carlos Dora, do Departamento de Saúde Pública da OMS.

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A qualidade do ar nas grandes cidades do mundo continua a se deteriorar, o que representa um sério risco à saúde das pessoas, alertou nesta quarta-feira um relatório da Organização Mundial da Saúde ( OMS ).

O estudo sobre 1.600 cidades de 91 países constata que apenas 12% da população total destes complexos urbanos respiram ar conforme as normas da OMS.

"No geral, infelizmente, a situação da poluição do ar tem piorado", observa Maria Neira, diretora de Saúde Pública da OMS em Genebra.

As cidades mais afetadas por esta degradação estão em países em desenvolvimento, enquanto que as cidades de países ricos registraram uma melhora na qualidade de seu ar.

"Muitos centros urbanos estão atualmente tão envolvidos em ar sujo que a silhueta de seus edifícios é invisível", lamentou Flavia Bustreo, diretora-geral adjunta da OMS, destacando o perigo deste ar para a saúde.

Em seu relatório anterior, publicado em março, a OMS havia considerado que a poluição de partículas finas deve-se principalmente à queima de carvão e aos motores a diesel dos veículos, que contribuiu para a morte de 3,7 milhões de pessoas em todo o mundo em 2012.

"A poluição do ar afeta seriamente a saúde, a situação é realmente dramática", declarou a jornalistas Neira.

Essa poluição está associada com mortes por problemas cardíacos, doenças respiratórias e câncer de pulmão.

Metade da população urbana mundial respira um ar em que os níveis de contaminação por partículas são pelo menos 2,5 vezes superiores ao considerado seguro.

Bogotá e Copenhague

As partículas em suspensão (PM) menores que 10 mícrons - 10 milionésimos do metro - podem passar às vias aéreas e provocar problemas respiratórios, enquanto as menores, de 2,5 mícrons, podem inclusive penetrar na corrente sanguínea.

O nível recomendado de partículas finas de 10 mícrons (PM10) é de 20 microgramas por metro cúbico, mas em Rawalpindi, no Paquistão, esta quantidade é 20 vezes superior e em Nova Délhi, na Índia, 28 vezes superior.

As partículas menores, PM2,5 (2,5 mícrons) são encontradas em concentrações dez vezes maiores do que o considerado suportável (10 microgramas por metro cúbico) na cidade paquistanesa e 15 vezes na capital indiana.

Neira destacou, no entanto, que a base de dados, elaborada principalmente com informações compiladas pelas próprias cidades, não pretende fazer uma classificação das cidades mais contaminadas do mundo.

"Algumas das piores (...) não compilam dados regularmente", destacou.

Contudo, a OMS elogiou o efeito positivo que podem ter as políticas locais precisas sobre a qualidade do ar e deu o exemplo de Bogotá, na Colômbia, e Copenhague, na Dinamarca, onde a qualidade melhorou ao se favorecer do uso de transportes de massa e de bicicletas.

"Não podemos comprar garrafas de ar limpo, mas as cidades podem adotar medidas para melhorar a qualidade do ar e salvar a vida de seus moradores", ressaltou Carlos Dora, do Departamento de Saúde Pública da OMS.

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