Mundo

Qualidade da água é boa em 75% dos pontos analisados

De acordo com a Agência Nacional de Águas, porém, apenas 6% dos pontos monitorados mostraram água em ótimas condições

Em um cenário geral, o documento mostrou que o índice de tratamento de esgoto melhorou, passando de 21%, em 2000, para 30%, em 2008 (Divulgação)

Em um cenário geral, o documento mostrou que o índice de tratamento de esgoto melhorou, passando de 21%, em 2000, para 30%, em 2008 (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2012 às 15h47.

Brasília – Os recursos hídricos no país apresentaram boas condições em 75% de quase 2 mil pontos de monitoramento de recursos hídricos acompanhados pela Agência Nacional de Águas (ANA). De acordo com o documento de conjuntura apresentado hoje (4), pela agência reguladora do setor, apenas 6% dos pontos monitorados mostraram água em ótimas condições. Em 1% deles, os recursos hídricos estavam em péssimas condições.

O relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos é elaborado desde 2001. A cada ano, o estudo é atualizado e informações sobre novos pontos de monitoramento vão sendo acrescidas. Considerando apenas os pontos analisados desde o início da série histórica, a conclusão é a de que em 86% dos locais monitorados, a situação manteve-se estável, enquanto em 7% os recursos hídricos pioraram e em outros 7% a qualidade da água melhorou.

“A qualidade das águas melhorou nas bacias onde houve investimento em saneamento, como, por exemplo, na bacia Rio das Velhas [Minas Gerais] e a do Alto Paraíba, onde foram feitos investimentos em tratamento de esgoto continuados”, explicou o superintendente de Planejamento da ANA, Ney Maranhão.

Por outro lado, regiões como a do Rio Ivinhema, em Mato Grosso, e Mogi-Guaçu e Pará, em Minas Gerais, registraram piora da qualidade dos recursos hídricos. “São bacias onde houve crescimento populacional grande e implantação de empreendimentos que atraíram populações e aumentaram lançamento de efluentes nesses rios. Se houve investimento foi insuficiente para equiparar-se às transformações nessas regiões”, acrescentou Maranhão.

A piora do estado das águas em algumas regiões aparece como contradição em relação às importantes evoluções apontadas pelo relatório da ANA. Em um cenário geral, o documento apresentado pela ANA mostrou que o índice de tratamento de esgoto melhorou, passando de 21%, em 2000, para 30%, em 2008.

Aliado a isso, o estudo apontou que, até dezembro do ano passado, todas as unidades da Federação já tinham leis de recursos hídricos. O levantamento mostrou ainda que 51% do território nacional são cobertos, hoje, por planos de bacias, e 16 estados já elaboraram os planos estaduais para o setor.

“Os estados têm políticas de recursos hídricos, mas o grande problema é que os órgãos gestores são muito frágeis. A execução dessa política acaba se fragilizando. Em um importante estado brasileiro, por exemplo, existe apenas um único trabalhador voltado para a gestão de recursos hídricos”, lamentou o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu.

Para ele, a qualificação dos órgãos gestores de recursos hídricos é um dos principais desafios da política do setor no país. Andreu disse que, nos próximos dias, a ANA vai anunciar o Pacto Nacional de Gestão das Águas. Pelo programa, a agência vai subsidiar e financiar os estados para que se reestruturem e produzam informações adequadas. Segundo ele, serão investidos na execução do pacto de gestão das águas R$ 20 milhões por ano.

Acompanhe tudo sobre:ÁguaEsgotoMeio ambiente

Mais de Mundo

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Discurso de Trump não empolga e foco volta para possível saída de Biden; veja episódio

Telão da Times Square fica escuro após apagão cibernético; veja vídeo

Mais na Exame