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Putin recebe Assad e pede saída de tropas estrangeiras da Síria

Em encontro em Sochi, presidente russo ressaltou que retirada das forças militares é o início de fase mais ativa do processo de negociação política na Síria

Putin: "Esperamos que, devido às consideráveis vitórias do Exército sírio na luta contra o terrorismo, as tropas estrangeiras sejam retiradas" (Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin/Reuters)
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EFE

Publicado em 17 de maio de 2018 às 20h37.

Moscou - O presidente da Rússia , Vladimir Putin, recebeu nesta quinta-feira, em Sochi, o presidente da Síria , Bashar al Assad, e pediu que as tropas estrangeiras deixem o país.

"Esperamos que, devido às consideráveis vitórias do Exército sírio na luta contra o terrorismo, as tropas estrangeiras sejam retiradas do território da Síria", disse Putin, segundo o Kremlin.

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Putin ressaltou que outro fator para a retirada das forças militares estrangeiras é o início de uma fase mais ativa do processo de negociação política. O presidente russo e Assad concordam que há condições favoráveis para discutir a crise politicamente.

"Muito já foi feito durante o processo de Astana. Muito se fez no Congresso do Diálogo Nacional Sírio de Sochi. Agora podemos dar os próximos passos", disse Putin, ao lado de Assad.

O presidente da Rússia também falou sobre os êxitos dos dois aliados na luta contra os "terroristas" na Síria. Parte da comunidade internacional questiona o Kremlin por ajudar Assad a combater os opositores do governo.

"Eles entregaram as armas em postos chave na Síria, o que permitiu a reconstrução das infraestruturas e praticamente impediu que eles atuem perto da capital do país", explicou.

"O presidente sírio tomou a decisão de enviar uma delegação para a formação do comitê constitucional que deve trabalhar na Carta Magna", disse Putin sobre o acordo firmado em Sochi em janeiro.

Além disso, o presidente russo avaliou como muito importante a adoção de passos para restabelecer a economia da Síria e para ampliar a resposta à crise humanitária. Para isso, Putin disse que espera contar com o apoio da ONU e da comunidade internacional.

Já Assad expressou disposição de apoiar o processo de diálogo político na Síria, de enviar em breve à ONU a delegação constitucional do governo e destacou que o território controlado pelos terroristas no país é hoje muito menor do que no passado.

"A estabilidade abre a porta para o processo político. Eu sempre disse, e repito, que sempre apoiamos com esperança o processo político, mas isso deve ir em paralelo com a luta contra o terrorismo", disse o presidente da Síria.

Assad ressaltou que o processo não será fácil, denunciando que há países que não querem uma Síria estável. No entanto, o presidente lembrou que milhares de sírios poderão retornar às suas casas nas últimas semanas e afirmou que vários milhões estão no caminho.

"A reunião de hoje nos ofereceu a possibilidade de acertar posturas comuns no que diz respeito às negociações em Astana e em Sochi", destacou Assad.

O presidente da Síria também agradeceu ao Exército da Rússia pelo "importante papel" na luta contra o terrorismo e parabenizou Putin pela reeleição para um novo mandato presidencial, o que, segundo ele, confirma que a política externa do Kremlin está correta.

A última reunião entre os dois ocorreu em dezembro no aeroporto de Khmeimim, na Síria, usado pelas tropas russas. Foi a primeira visita de Putin ao país desde o início do conflito em 2011. Na ocasião, ele anunciou a vitória sobre os jihadistas e anunciou a retirada de boa parte dos militares russos que apoiavam Assad.

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