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Putin rebate críticas e defende anexação em visita à Crimeia

O presidente ucraniano qualificou de "desafio ao mundo civilizado" a visita de Putin à Crimeia e advertiu que ela eleva a tensão no leste da Ucrânia

Vladimir Putin, presidente da Rússia: "O futuro da Crimeia foi decidido pelas pessoas que vivem neste território. Eles votaram pela reunificação com a Rússia e aí está, ponto final" (Aleksey Nikolskyi/RIA Novosti/Kremlin/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2015 às 13h42.

Moscou - O presidente da Rússia, que visita a península da Crimeia , afirmou nesta terça-feira que para Moscou não cabe debate algum sobre a soberania russa sobre a península porque seus habitantes "votaram pela reunificação com a Rússia".

"O futuro da Crimeia foi decidido pelas pessoas que vivem neste território. Eles votaram pela reunificação com a Rússia e aí está, ponto final", disse o líder do Kremlin quando os jornalistas pediram que comentasse as declarações feitas ontem pelo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko.

O presidente ucraniano qualificou de "desafio ao mundo civilizado" a visita de Putin à Crimeia e advertiu que ela eleva a tensão no leste da Ucrânia.

Para Poroshenko, "viagens como esta são a continuidade da militarização da península ocupada ucraniana e provocam um isolamento ainda maior. Só no seio da Ucrânia a Crimeia tem futuro, incluído o turismo".

Putin também respondeu às palavras de Poroshenko sobre a elevação da tensão no leste da Ucrânia e responsabilizou a Ucrânia pelo agravamento do conflito nas regiões de Donetsk e Lugansk.

"Foram os milicianos do Donbass que propuseram recuar o armamento de calibre menor aos 100 milímetros. Infelizmente, a outra parte não o fez, e pelo contrário, segundo dados que temos em mãos, concentraram suas unidades reforçadas com armamento pesado, na linha que separa as posições dos dois laddos", acusou.

Depois da nota de protesto enviada ontem por Kiev a Moscou por causa da viagem de Putin à península anexada, o Ministério de Relações Exteriores da Rússia respondeu hoje que "as visitas de altos cargos russos à República da Crimeia e a Sebastopol são um assunto interno da Federação da Rússia".

"Hoje mandamos uma nota ao Ministério de Relações Exteriores da Ucrânia em que lembramos à parte ucraniana que a República da Crimeia e Sebastopol são parte inalienável da Federação da Rússia, aos que se estendem, em toda sua plenitude, a soberania e a legislação russas", segundo o comunicado divulgado pela chancelaria.

A Crimeia tinha sido cedida à Ucrânia em 1954, no período soviético, e foi anexada pela Rússia em março do ano passado, pouco depois de o presidente pró-Rússia Viktor Yanukovich (atualmente refugiado na Rússia) ser derrubado, e da ascensão ao poder das forças europeístas.

Um mês mais tarde, uma sublevação pró-russa no leste da Ucrânia deu início a um conflito armado entre as tropas leais a Kiev e os rebeldes que, após 16 meses, tem um balanço de quase sete mil mortos, entre civis e combatentes, segundo os últimos dados da ONU.

Apesar da trégua em vigor na região do conflito desde meados de fevereiro, a situação piorou sensivelmente nas últimas semanas, com os dois lados trocando diariamente acusações de dezenas de violações de cessar-fogo.

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Moscou - O presidente da Rússia, que visita a península da Crimeia , afirmou nesta terça-feira que para Moscou não cabe debate algum sobre a soberania russa sobre a península porque seus habitantes "votaram pela reunificação com a Rússia".

"O futuro da Crimeia foi decidido pelas pessoas que vivem neste território. Eles votaram pela reunificação com a Rússia e aí está, ponto final", disse o líder do Kremlin quando os jornalistas pediram que comentasse as declarações feitas ontem pelo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko.

O presidente ucraniano qualificou de "desafio ao mundo civilizado" a visita de Putin à Crimeia e advertiu que ela eleva a tensão no leste da Ucrânia.

Para Poroshenko, "viagens como esta são a continuidade da militarização da península ocupada ucraniana e provocam um isolamento ainda maior. Só no seio da Ucrânia a Crimeia tem futuro, incluído o turismo".

Putin também respondeu às palavras de Poroshenko sobre a elevação da tensão no leste da Ucrânia e responsabilizou a Ucrânia pelo agravamento do conflito nas regiões de Donetsk e Lugansk.

"Foram os milicianos do Donbass que propuseram recuar o armamento de calibre menor aos 100 milímetros. Infelizmente, a outra parte não o fez, e pelo contrário, segundo dados que temos em mãos, concentraram suas unidades reforçadas com armamento pesado, na linha que separa as posições dos dois laddos", acusou.

Depois da nota de protesto enviada ontem por Kiev a Moscou por causa da viagem de Putin à península anexada, o Ministério de Relações Exteriores da Rússia respondeu hoje que "as visitas de altos cargos russos à República da Crimeia e a Sebastopol são um assunto interno da Federação da Rússia".

"Hoje mandamos uma nota ao Ministério de Relações Exteriores da Ucrânia em que lembramos à parte ucraniana que a República da Crimeia e Sebastopol são parte inalienável da Federação da Rússia, aos que se estendem, em toda sua plenitude, a soberania e a legislação russas", segundo o comunicado divulgado pela chancelaria.

A Crimeia tinha sido cedida à Ucrânia em 1954, no período soviético, e foi anexada pela Rússia em março do ano passado, pouco depois de o presidente pró-Rússia Viktor Yanukovich (atualmente refugiado na Rússia) ser derrubado, e da ascensão ao poder das forças europeístas.

Um mês mais tarde, uma sublevação pró-russa no leste da Ucrânia deu início a um conflito armado entre as tropas leais a Kiev e os rebeldes que, após 16 meses, tem um balanço de quase sete mil mortos, entre civis e combatentes, segundo os últimos dados da ONU.

Apesar da trégua em vigor na região do conflito desde meados de fevereiro, a situação piorou sensivelmente nas últimas semanas, com os dois lados trocando diariamente acusações de dezenas de violações de cessar-fogo.

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