PSDB adota modelo distrital para campanha em SP
O partido vai adotar o modelo distrital no material de divulgação da campanha dos vereadores da coligação "Avança, São Paulo"
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2012 às 17h48.
São Paulo - O PSDB resolveu inovar na sua estratégia de campanha para vereadores na cidade de São Paulo nessas eleições.
O partido vai adotar o modelo distrital no material de divulgação da campanha dos vereadores da coligação "Avança, São Paulo", encabeçada pelo tucano José Serra. Segundo o coordenador da campanha, Edson Aparecido, "o enfoque será distrital".
Aparecido explica que, diferentemente de outros pleitos, quando o material de campanha foi produzido focando macro regiões da cidade, nesta "será feito material específico para cada um dos 96 distritos" de São Paulo. "Antes tinha material especifico, um só para a zona leste, por exemplo. Agora, iremos por distrito e focando a gestão naquela área. É quase uma operação cirúrgica, vai pontualmente", compara o coordenador.
O atual vereador e candidato à reeleição Floriano Pesaro defende a adoção do modelo, afirmando que fazer uma campanha pela cidade toda gera um "gasto tremendo". "O que passamos nas eleições é uma insanidade, você vai para a cidade inteira, é impossível fazer uma campanha assim, é um gasto tremendo, temos que aprovar urgentemente isso (voto distrital) no Brasil", argumenta.
De acordo com Pesaro, sua campanha vai focar os bairros de Pinheiros, Vila Mariana, Perdizes, Vila Madalena, Higienópolis, Bom Retiro e Barra Funda. "Farei a campanha empenhado em mostrar o que foi feito de fato nessas regiões, do ponto de vista distrital", afirmou.
Andrea Matarazzo, que concorre pela primeira vez ao cargo de vereador, afirma que o trabalho que já realizou como secretário proporcionará a ele um perfil para a realização de uma campanha ampla pela cidade. Ele, no entanto, afirma que não pretende fazer atos de campanha nos distritos de aliados. "É difícil eu escolher uma parte especifica (da cidade). Hoje tenho que trabalhar em cima de algumas bandeiras nos diversos pontos de São Paulo. A maioria dos vereadores são bem distritais. Não vou interferir nas áreas daqueles que tenho ligação", antecipou.
Crítica
O cientista político Humberto Dantas afirmou, em entrevista à Agência Estado, que a adoção do voto distrital não é unanimidade mesmo dentro do PSDB. "O único partido que realmente propõe o voto distrital é o PSD", afirma. Na visão de Dantas, um dos riscos do voto distrital é formar "currais" eleitorais, além de tornar o legislativo mais "dócil" ao executivo. "Para conseguir a liberação de verbas para as suas regiões, os vereadores teriam que ser dóceis ao executivo", afirmou. "A renovação de quadros também seria mais difícil", emendou.
Segundo Dantas, a adoção do voto distrital ou de uma estratégia de distritalizar as eleições legislativas pode prejudicar também candidatos que se fazem a partir de bandeiras. "É um sistema polêmico", avalia o cientista político.
São Paulo - O PSDB resolveu inovar na sua estratégia de campanha para vereadores na cidade de São Paulo nessas eleições.
O partido vai adotar o modelo distrital no material de divulgação da campanha dos vereadores da coligação "Avança, São Paulo", encabeçada pelo tucano José Serra. Segundo o coordenador da campanha, Edson Aparecido, "o enfoque será distrital".
Aparecido explica que, diferentemente de outros pleitos, quando o material de campanha foi produzido focando macro regiões da cidade, nesta "será feito material específico para cada um dos 96 distritos" de São Paulo. "Antes tinha material especifico, um só para a zona leste, por exemplo. Agora, iremos por distrito e focando a gestão naquela área. É quase uma operação cirúrgica, vai pontualmente", compara o coordenador.
O atual vereador e candidato à reeleição Floriano Pesaro defende a adoção do modelo, afirmando que fazer uma campanha pela cidade toda gera um "gasto tremendo". "O que passamos nas eleições é uma insanidade, você vai para a cidade inteira, é impossível fazer uma campanha assim, é um gasto tremendo, temos que aprovar urgentemente isso (voto distrital) no Brasil", argumenta.
De acordo com Pesaro, sua campanha vai focar os bairros de Pinheiros, Vila Mariana, Perdizes, Vila Madalena, Higienópolis, Bom Retiro e Barra Funda. "Farei a campanha empenhado em mostrar o que foi feito de fato nessas regiões, do ponto de vista distrital", afirmou.
Andrea Matarazzo, que concorre pela primeira vez ao cargo de vereador, afirma que o trabalho que já realizou como secretário proporcionará a ele um perfil para a realização de uma campanha ampla pela cidade. Ele, no entanto, afirma que não pretende fazer atos de campanha nos distritos de aliados. "É difícil eu escolher uma parte especifica (da cidade). Hoje tenho que trabalhar em cima de algumas bandeiras nos diversos pontos de São Paulo. A maioria dos vereadores são bem distritais. Não vou interferir nas áreas daqueles que tenho ligação", antecipou.
Crítica
O cientista político Humberto Dantas afirmou, em entrevista à Agência Estado, que a adoção do voto distrital não é unanimidade mesmo dentro do PSDB. "O único partido que realmente propõe o voto distrital é o PSD", afirma. Na visão de Dantas, um dos riscos do voto distrital é formar "currais" eleitorais, além de tornar o legislativo mais "dócil" ao executivo. "Para conseguir a liberação de verbas para as suas regiões, os vereadores teriam que ser dóceis ao executivo", afirmou. "A renovação de quadros também seria mais difícil", emendou.
Segundo Dantas, a adoção do voto distrital ou de uma estratégia de distritalizar as eleições legislativas pode prejudicar também candidatos que se fazem a partir de bandeiras. "É um sistema polêmico", avalia o cientista político.