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Protestos prosseguem na Turquia antes do retorno de Erdogan

A noite em Istambul não teve incidentes, pela primeira vez desde o início do movimento


	Polícia entra em confronto com manifestantes em Ancara no dia 5 de junho: o premiê turco retorna ao país nesta quinta-feira
 (Adem Altan/AFP)

Polícia entra em confronto com manifestantes em Ancara no dia 5 de junho: o premiê turco retorna ao país nesta quinta-feira (Adem Altan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2013 às 08h40.

Istambul - Dezenas de milhares de manifestantes prosseguiam com os protestos contra o primeiro-ministro islâmico-conservador Recep Tayyip Erdogan, que retornará nesta quinta-feira à Turquia após uma viagem de três dias pelo norte da África.

A noite em Istambul não teve incidentes, pela primeira vez desde o início do movimento, que começou com um protesto contra um projeto de urbanização da praça Taksim.

Na quarta-feira, dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas nas principais cidades do país, em resposta a uma convocação de duas centrai sindicais, sobretudo em Istambul e Ancara, para exigir a renúncia de Erdogan.

Também foram registrados confrontos em Rize (às margens do mar Negro, nordeste) entre adversários e simpatizantes do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), que está no poder desde 2002.

Segundo o canal CNN Türk, centenas de pessoas atacaram 25 jovens que preparavam um protesto.

Para evitar atos de violência, o parlamentar Huseyin Celik apelou aos integrantes do AKP que não compareçam ao aeroporto para receber Erdogan em seu retorno da Tunísia.

"O primeiro-ministro não precisa demonstrar seu poder", declarou Celik.

Erdogan, no entanto, desafiou os rivais no sábado passado.

"Se querem organizar manifestações (...), quando eles reunirem 20 pessoas, eu reunirei 200.000; e quando eles forem 100.000, eu mobilizarei um milhão de membros de meu partido".

O governo pediu desculpas pelos excessos da repressão, que deixou centenas de feridos.

Mas representantes dos manifestantes exigiram a destituição dos chefes de polícia de várias cidades, entre elas Istambul e Ancara.

Também querem a libertação das pessoas detidas, o fim do projeto urbanístico da praça Taksim, a proibição do uso de gás lacrimogêneo e mais respeito à liberdade de expressão.

Os manifestantes acusam Erdogan de autoritarismo e de querer "islamizar" a Turquia.

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