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Protesto contra governo deixa mais de 130 feridos na Bósnia

Protestos refletem o ressentimento público com a politicagem étnica que tem sufocado a governabilidade e o desenvolvimento econômico

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Manifestante anti-governo sente em frente a policiais durante protesto em Sarajevo, na Bósnia (Dado Ruvic/Reuters)

Manifestante anti-governo sente em frente a policiais durante protesto em Sarajevo, na Bósnia (Dado Ruvic/Reuters)

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Daria Sito-Sucic

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às, 20h59.

Sarajevo - Mais de 130 pessoas, incluindo 104 policiais, ficaram feridas nesta quinta-feira no segundo dia de protestos contra o governo na cidade bósnia de Tuzla à medida que manifestações contra o desemprego e a inércia política se espalharam pelo país.

Os protestos refletem o ressentimento público com a politicagem étnica que tem sufocado a governabilidade e o desenvolvimento econômico desde a guerra de 1992-95.

A polícia disparou gás lacrimogêneo para dispersar milhares de pessoas que arremessavam pedras, ovos e sinalizadores contra um prédio do governo local da cidade, que já foi o coração industrial do norte da Bósnia, mas duramente atingida pelo fechamento de fábricas nos últimos anos.

Um porta-voz da polícia de Tuzla disse que manifestantes começaram os tumultos, ateando fogo a latas de lixo e destruindo vitrines próximas. A polícia recebeu a luz verde para usar a força para impedir o vandalismo.

"A polícia vai usar todos os meios ao seu dispor para evitar vandalismo e proteger os cidadãos e a propriedade pública", disse à Reuters Izudin Saric.

O serviço de emergência municipal disse que recebeu 104 policiais gravemente feridos e 30 civis com lesões de menor gravidade.

Em solidariedade, centenas de pessoas saíram às ruas da capital, Sarajevo, em Zenica, no centro, e em Bihac, no oeste. Alguns dos manifestantes em Sarajevo foram ouvidos gritando "assassinos!" e "revolução!".


O primeiro-ministro da federação autônoma bósnio-croata, região do país onde os protestos ocorreram, fez uma reunião de emergência com ministros de segurança regional e promotores.

"Nós colocamos de um lado os trabalhadores que ficaram sem direitos básicos, tais como pensões e benefícios de saúde... e do outro lado os arruaceiros que usaram esta situação para criar o caos", disse o primeiro-ministro, Nermin Niksic, após a reunião.

"Nós não vamos chegar a uma solução destruindo a propriedade, danificando veículos e janelas e lutando contra a polícia", disse Niksic, acrescentando que a polícia e o Ministério Público deverão tomar medidas contra aqueles que ele chamou de "arruaceiros".

Inicialmente, os manifestantes eram trabalhadores demitidos depois que empresas estatais vendidas faliram sob gestão privada. Porém, milhares de pessoas desempregadas e jovens se juntaram aos protestos.

A taxa de desemprego da Bósnia, de 27,5 por cento, é a mais alta na região dos Bálcãs.

Autoridades em Tuzla ordenaram a suspensão das aulas na sexta-feira, quando os protestos deverão continuar. Autoridades libertaram 27 pessoas que haviam sido presas na quarta-feira.

"Foi o nosso governo que vendeu ativos estatais a preço de banana e deixou as pessoas sem pensões, empregos ou seguros de saúde", disse Hana Obradovic, de 24 anos, desempregada. "As famílias não têm nada para comer, enquanto (os políticos) se sentam sobre as instituições e roubam do povo."

Líderes políticos controversos, levados ao poder por um sistema de governo compartilhado criado sob o acordo de paz da Bósnia em 1995, são vistos como incapazes de oferecer soluções. Grande parte da classe política é considerada profundamente corrupta.

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