Pretoria - O promotor Gerrie Nel pediu nesta sexta-feira uma condenação de pelo menos 10 anos de prisão para o atleta paralímpico sul-africano Oscar Pistorius, considerado culpado pelo homicídio culposo da namorada, Reeva Steenkamp, em fevereiro de 2013.
A juíza Thokozile Masipa, que preside o tribunal há mais de sete meses, anunciará a sentença na próxima terça-feira, dia 21 de outubro.
O promotor Gerrie Nel disse que "o mínimo para satisfazer a sociedade é uma pena de 10 anos de prisão".
No último dia das alegações do processo, o advogado de Oscar Pistorius pediu nesta sexta-feira uma condenação à realização de serviço comunitário para o atleta, alegando que ele já sofreu muito após o homicídio culposo da namorada em 2013.
Após quase uma hora de alegação, Barry Roux defendeu uma "condenação útil para a sociedade". Antes, o advogado havia tentando convencer que o remorso do acusado é sincero e que Pistorius só deseja uma coisa: "fazer todo o bem possível".
Nel tomou a palavra depois para exigir uma condenação severa.
O advogado argumentou que "nenhum castigo pode ser pior que o que (Pistorius) atravessa há 18 meses", recordando que o atleta foi apresentado pela imprensa do mundo inteiro como um assassino frio.
A defesa sugeriu uma punição que poderia incluir a limpeza de um museu por 16 horas ao mês, o que levou o promotor a descrever a ideia como "chocantemente desproporcional".
Nel recordou as palavras da prima de Steenkamp, Kim Martin, que na quinta-feira disse que Pistorius "deve pagar pelo que fez".
A juíza Thokozile Masipa aceitou em setembro a versão de Pistorius de que ele matou a namorada, Reeva Steenkamp, com quatro tiros disparados através da porta do banheiro de sua casa, por acreditar que era um ladrão.
"A dor de Oscar nunca desaparecerá (...) o trauma emocional é o pior castigo", insistiu, antes de afirmar que o ex-campeão paralímpico "perdeu tudo" e não tem mais dinheiro.
Pistorius chorou quando Barry Roux descreveu sua queda, passando ídolo esportivo a assassino.
O advogado citou vários casos da jurisprudência sul-africana nos quais um réu matou um integrante da família em circunstâncias similares e não cumpriu condenação ou cumpriu pena não carcerária.
Roux lembrou o caso de Rudi Visagie, jogador de rúgbi que não cumpriu pena depois de matar a própria filha em 2004, ao confundi-la com um ladrão.
"É preciso fazer justiça, mas a justiça deve ser ditada com compaixão e humanidade", disse o advogado, que lembrou o princípio de "Ubuntu", um humanismo atento ao ser humano destacado por Nelson Mandela, que se tornou um valor fundamental da sociedade sul-africana posterior ao apartheid.
A defesa de Pistorius, amputado de ambas as pernas, alega que ele ficaria muito vulnerável na prisão e deveria ser condenado a prestar serviços à comunidade.
O promotor respondeu que Oscar Pistorius, durante a carreira, sempre quis ser considerado um homem como os outros.
"Ele se refere a sua deficiência quando é conveniente", ironizou Gerrie Nel.
Pistorius foi declarado culpado de homicídio culposo, pois a juíza considerou que ele foi imprudente, mas que não ficou demonstrada uma intenção homicida. O atleta alega que, em 14 de fevereiro de 2013, abriu fogo contra a namorada, que estava trancada no banheiro, por acreditar que era um ladrão.
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1. Imagem
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1/10 (David Gray/Reuters)
São Paulo - Nesta quinta-feira, a Nike anunciou em comunicado oficial a suspensão do seu contrato de
patrocínio com o atleta olímpico e paralímpico Oscar Pistorius, acusado de matar a namorada a tiros. Patrocinadora do sul-africano desde 2007, a empresa está sendo lembrada novamente de que associar a reputação de sua companhia ao nome de estrelas é um negócio arriscado. Não é que não haja exemplos entre as
marcas - a Nike também era apoiadora de outros nomes envolvidos em escândalos recentes, como Lance Armstrong e Tiger Woods. Confira esses e outros casos de apoio a atletas que acabaram criando ricochetes na
publicidade.
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2. Oscar Pistorius
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2/10 (Siphiwe Sibeko/Reuters)
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3. Lance Armstrong
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3/10 (Spencer Platt/Getty Images)
O (antes) maior ciclista do mundo teve sua imagem de atleta destruída pelo uso do doping no fim do ano passado. O esportista foi banido eternamente e desclassificado de todos seus resultados obtidos desde agosto de 1998 por causa do uso e distribuição de substâncias proibidas. A Nike, a gigante de cervejas AB-Imbev, a Oakley e a Trek, fabricante das bicicletas usadas pelo ciclista, retiraram seus apoios.
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4. Tiger Woods
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4/10 (Getty Images)
Quando a vida pessoal do golfista saiu do controle, Gatorade, AT&T, Accenture e a marca de relógios Tag Heuer cortaram laços com o atleta. No auge da carreira e apontado como um dos melhores golfistas de todos os tempos, Woods foi o protagonista de um escândalo sexual que envolveu numerosas amantes e rendeu desculpas públicas.
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5. Magic Johnson
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5/10 (Getty Images)
Um dos maiores atletas dos anos 90 perdeu o apoio da Pepsi e da Converse logo após o anúncio de que havia contraído o vírus do HIV em 1991. Considerado o maior armador da história da NBA, o jogador de basquete se aposentou logo dapós o diagnóstico e tornou-se um conhecido porta-voz no combate à AIDS até os dias de hoje.
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6. O.J. Simpson
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6/10 (Getty Images)
O ex-jogador de futebol americano foi pivô de um dos julgamentos mais famosos da década de noventa. Em 1994, ele foi acusado do assassinato de sua ex-mulher Nicole Brown e de seu amigo Ronald Goldman. Simpson foi absolvido após um longo julgamento, que recebeu grande destaque na mídia, e custou-lhe o patrocínio da Hertz.
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7. Wayne Rooney
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Depois de ser flagrado traindo sua mulher (grávida na época) com prostitutas, o artilheiro do Manchester United perdeu os patrocínios da Coca-Cola e da Tiger Beer. Foi em 2010. Apenas com a Tiger, estima-se que o apoio rendia ao jogador 300 mil libras anuais.
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8. Kobe Bryant
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8/10 (Getty Images)
O jogador de basquete dos Lakers, nos Estados, foi acusado de assédio sexual em 2003 pela funcionária de um hotel do Colorado. O atleta admitiu ser adúltero, mas não assumiu o crime, que foi retirado mais tarde - mas lhe custou um patrocínio do McDonald’s.
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9. Michael Vick
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O jogador de futebol americano não apenas perdeu o patrocínio da Nike e da Rawling, como também foi preso. O crime: organizar rinhas de cachorros. O caso explodiu em 2007, quando descobriu-se que o atleta do Atlanta Falcons promovia brigas entre pitbulls num ringue.
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10. Ben Johnson
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O ex-velocista canadense era considerado o homem mais rápido do mundo na década de 80. Mas viu todo o brilho da fama se esvair, e perdeu sua medalha de ouro das Olimpíadas de 1988. O motivo? Foi pego no teste de esteróides durante os Jogos Olímpicos daquele ano. O passo seguinte foi perder 2,8 milhões de dólares via contrato com a marca de artigos esportivos Diadora.