Promotoria de Milão solicitará processo de Berlusconi
Nesta quarta-feira, pedido deve chegar ao juiz das investigações
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2011 às 14h40.
Roma - A Promotoria de Milão, que investiga o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, por suposta incitação à prostituição e abuso de poder no denominado caso Ruby, apresentará na quarta-feira perante o juiz das investigações preliminares sua solicitação de processo do líder.
Assim assegurou nesta terça-feira à imprensa o procurador-geral de Milão, Edmondo Bruti Liberati, que indicou que, após uma última reunião para concordar o procedimento a seguir, "amanhã se enviará o pedido ao juiz".
Em um princípio, o envio da solicitação de processo estava previsto para a semana passada, mas o trâmite se atrasou devido à controvérsia que existe sobre o procedimento a respeito do pedido.
Uma dúvida que ainda não foi resolvida e sobre o qual os fiscais debaterão nas próximas horas.
A imprensa assinala que os fiscais estudam apresentar a solicitação de processo com procedimento imediato pelos dois delitos pelos quais se investiga o líder (incitação à prostituição de menores e concussão) ou só por concussão.
Para que a promotoria possa solicitar o procedimento imediato, no qual não se prevê a realização de uma audiência preliminar, é necessário que se disponha de uma prova evidente e que o indagado tenha sido chamado a declarar sobre os fatos.
Segundo a imprensa italiana, a promotoria se inclina por pedir o procedimento imediato só para o delito de concussão, que se refere ao telefonema feito por Berlusconi no dia 27 de maio do ano passado a uma delegacia milanesa para que libertassem a menor marroquina Ruby R. - retida por um pequeno roubo -, na qual alegou que se tratava da sobrinha do presidente egípcio, Hosni Mubarak.
Quanto ao delito de incitação à prostituição de menores, nos últimos dias se tinha conjeturado com a possibilidade que os fiscais optassem pelo procedimento da citação direta na acusação de prostituição de menores.
A promotoria suspeita que Ruby R. supostamente manteve relações íntimas com Berlusconi em troca de presentes e dinheiro quando ainda era menor de idade.
Este segundo procedimento também prevê que não se celebre a audiência preliminar, embora difira do procedimento imediato nos supostos pelos quais pode ser solicitado.
Com relação ao delito de prostituição de menores, Bruti Liberati precisou que a acusação se baseará só nessas supostas relações íntimas com Ruby R., cujo verdadeiro nome é Karima el Mahroug, e que não se incluirá uma nova acusação por suas supostas relações com outra menor, a prostituta brasileira Iris Berardi.