Promessa de reforma policial nos EUA enfrenta limite do poder presidencial
Apesar de um consenso de que o policiamento precisa mudar nos EUA, ainda não parece haver um caminho imediato para uma reforma nacional ampla, dizem ativistas.
Reuters
Publicado em 14 de abril de 2021 às 12h51.
Última atualização em 14 de abril de 2021 às 13h28.
Quase um ano depois de o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden , pedir uma "ação real" contra a brutalidade policial como parte de uma promessa de resolver a desigualdade racial do país, ele enfrenta os limites do poder presidencial.
A Casa Branca descartou uma comissão de supervisão policial proposta nesta semana para se concentrar em um projeto de lei de reforma policial que tem pouca perspectiva no Congresso. A medida coincide com uma revolta crescente contra a morte de mais um homem negro, Daunte Wright, que foi parado pela polícia a poucos quilômetros de onde George Floyd foi morto em maio.
Embora democratas, republicanos, sindicatos policiais e ativistas de direitos civis concordem que o policiamento precisa mudar nos Estados Unidos, ainda não parece haver um caminho imediato para uma reforma nacional ampla, dizem ativistas.
"Dá um pouco a sensação de que empacamos", disse DeAnna Hoskins, ex-conselheira de políticas do Departamento de Justiça e hoje presidente do grupo de ativismo JustLeadershipUSA. "As boas intenções estão lá, mas também sabemos que as boas intenções pavimentam a estrada para o inferno."
Os Estados Unidos têm uma taxa de mortes de civis cometidas por policiais muito maior do que outros países ricos, de acordo com a Prison Policy Initiative. Homens negros correm mais de duas vezes o risco de morrer sob custódia policial do que homens brancos, mostrou um estudo de 2018.
A estratégia da Casa Branca de Biden é dar todo seu apoio a um projeto de lei de reforma abrangente conhecido como Lei George Floyd de Justiça no Policiamento e ao mesmo tempo reformular o Departamento de Justiça, que detém o poder mais tangível do governo federal sobre os departamentos de polícia.