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Professora é demitida na China por questionar Xi Jinping durante aula

O Comitê do Partido Comunista demitiu a professora por violação das normas de conduta ao questionar a permanência de Xi no cargo por tempo indeterminado

Xi Jinping: após mudanças na Carta Magna, o presidente chinês permanecerá no cargo por tempo indefinido (Jason Lee/Reuters)
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EFE

Publicado em 22 de maio de 2018 às 10h49.

Pequim - Uma professora foi demitida de uma universidade chinesa após ser denunciada pelos seus próprios alunos por ter questionado a recente reforma constitucional que permite ao presidente do país, Xi Jinping , se manter no poder além de 2023, informou nesta terça-feira a "Rádio Free Ásia".

Zhai Juhong, professora associada na faculdade de Economia e Direito da Universidade de Zhongnan, no centro do país, foi acusada de ter feito comentários ideologicamente "incorretos" durante uma aula em 25 de abril.

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Aparentemente, Zhai falou sobre as recentes mudanças da Carta Magna que permitem a Xi permanecer no cargo indefinidamente, os direitos de propriedade para as companhias estatais e a Assembleia Popular Nacional (ANP), o principal órgão legislativo chinês.

Após as queixas dos alunos, o Comitê do Partido Comunista da Universidade considerou que a professora tinha violado as normas de conduta ditadas pelo Ministério da Educação, por isso que decidiu afastá-la de seu posto como docente e expulsá-la do Partido Comunista chinês.

A rádio, que citou um relatório interno sobre a investigação por estas "infrações de disciplina na sala de aula", tentou entrar em contato com a professora sem sucesso.

Vários acadêmicos concordaram em falar à emissora que, sob a presidência de Xi, tem estendido o controle sobre as universidades de uma maneira "que não é vista a décadas".

"O Governo Central quer agora uma ideologia na sala de aula, e exige que os professores adiram à linha do partido nas suas aulas", afirmou um ex-professor que foi expulso de uma universidade de Guizhou.

Segundo contou, a cada aula costuma haver vários estudantes que "informam" sobre o trabalho dos docentes às autoridades, e inclusive em algumas salas de aula há câmeras instaladas.

Por exemplo, na semana passada foi revelado que um instituto do leste do país instalou câmeras de reconhecimento facial nas salas de aula - descritas como "assistentes do professor" - para garantir que os alunos atendem ao professor e estejam concentrados.

Devido à campanha do Governo para reforçar o controle sobre o setor acadêmico, as autoridades chinesas costuma realizar rodadas de inspeções ideológicas nas universidades para assegurar que seguem a linha marcada pelo partido.

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