Produção afegã de ópio bate recorde antes de retirada
Forças internacionais atualmente se preparam para deixar o país
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2013 às 08h32.
Cabul - O cultivo de ópio no Afeganistão bateu um novo recorde, enquanto as forças internacionais se preparam para deixar o país, disse a ONU nesta quarta-feira, em meio a preocupações de que os lucros serão destinados a comandantes de milícias que disputam poder com vistas à eleição presidencial de 2014.
A expansão da papoula para 209 mil hectares deve constranger os doadores de ajuda ao Afeganistão, após mais de dez anos de esforços para afastar os produtores desse cultivo, combater a corrupção e interromper os vínculos entre as drogas e a insurgência do Taliban.
"O prognóstico em curto prazo não é positivo", disse Jean-Luc Lemahieu, diretor do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês) no Afeganistão.
"A economia ilícita está se estabelecendo, e parece estar superando em importância a economia lícita." O Afeganistão é o maior produtor mundial de papoula, planta que dá origem ao ópio e à heroína. No ano passado, o país respondeu por 75 por cento do suprimento global, e Lemahieu havia dito anteriormente que poderia chegar neste ano a 90 por cento.
A falta de fiscalização, já que as tropas estrangeiras estão recuando das suas posições para se preparar para a retirada em 2014, a elevada cotação do ópio no ano passado e a crescente escassez de vontade política afegã para enfrentar o problema contribuem com a expansão da produção, segundo Lemahieu.
A área cultivada com papoula cresceu 36 por cento em relação a 2012, superando o recorde anterior, de 193 mil hectares cultivados em 2007, segundo relatório da agência antidrogas da ONU. A produção total é estimada em 5.500 toneladas de ópio, alta de 49 por cento em relação às 3.700 toneladas de 2012.
O lucro para os produtores deve se aproximar de 1 bilhão de dólares, ou 4 por cento do PIB afegão. Parte desse lucro deverá servir para alimentar a insurgência do Taliban, mas reservadamente autoridades afegãs também acusam membros graduados do governo de se beneficiarem.
As novas cifras são parte de uma avaliação anual sobre a produção de ópio pelo UNODC e pelo Ministério de Combate aos Narcóticos.
O relatório revelou que duas províncias do norte, Balkh e Faryab, voltaram a cultivar papoula depois de serem declaradas no ano passado como áreas de cultivo erradicado.
Uma gradual redução nas verbas estrangeiras, à medida que aliados se tornam receosos em ajudar o Afeganistão, está levando parte da elite afegã a buscar lucros na papoula.
"Quando se trata da economia ilícita, há pouquíssima diferença entre os insurgentes e as pessoas do outro lado", disse Lemahieu.
O Afeganistão tem um sério problema de dependência em drogas, mas a maior parte da produção é contrabandeada para o exterior, especialmente a Europa.
Cabul - O cultivo de ópio no Afeganistão bateu um novo recorde, enquanto as forças internacionais se preparam para deixar o país, disse a ONU nesta quarta-feira, em meio a preocupações de que os lucros serão destinados a comandantes de milícias que disputam poder com vistas à eleição presidencial de 2014.
A expansão da papoula para 209 mil hectares deve constranger os doadores de ajuda ao Afeganistão, após mais de dez anos de esforços para afastar os produtores desse cultivo, combater a corrupção e interromper os vínculos entre as drogas e a insurgência do Taliban.
"O prognóstico em curto prazo não é positivo", disse Jean-Luc Lemahieu, diretor do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês) no Afeganistão.
"A economia ilícita está se estabelecendo, e parece estar superando em importância a economia lícita." O Afeganistão é o maior produtor mundial de papoula, planta que dá origem ao ópio e à heroína. No ano passado, o país respondeu por 75 por cento do suprimento global, e Lemahieu havia dito anteriormente que poderia chegar neste ano a 90 por cento.
A falta de fiscalização, já que as tropas estrangeiras estão recuando das suas posições para se preparar para a retirada em 2014, a elevada cotação do ópio no ano passado e a crescente escassez de vontade política afegã para enfrentar o problema contribuem com a expansão da produção, segundo Lemahieu.
A área cultivada com papoula cresceu 36 por cento em relação a 2012, superando o recorde anterior, de 193 mil hectares cultivados em 2007, segundo relatório da agência antidrogas da ONU. A produção total é estimada em 5.500 toneladas de ópio, alta de 49 por cento em relação às 3.700 toneladas de 2012.
O lucro para os produtores deve se aproximar de 1 bilhão de dólares, ou 4 por cento do PIB afegão. Parte desse lucro deverá servir para alimentar a insurgência do Taliban, mas reservadamente autoridades afegãs também acusam membros graduados do governo de se beneficiarem.
As novas cifras são parte de uma avaliação anual sobre a produção de ópio pelo UNODC e pelo Ministério de Combate aos Narcóticos.
O relatório revelou que duas províncias do norte, Balkh e Faryab, voltaram a cultivar papoula depois de serem declaradas no ano passado como áreas de cultivo erradicado.
Uma gradual redução nas verbas estrangeiras, à medida que aliados se tornam receosos em ajudar o Afeganistão, está levando parte da elite afegã a buscar lucros na papoula.
"Quando se trata da economia ilícita, há pouquíssima diferença entre os insurgentes e as pessoas do outro lado", disse Lemahieu.
O Afeganistão tem um sério problema de dependência em drogas, mas a maior parte da produção é contrabandeada para o exterior, especialmente a Europa.