Donetsk - Dezenas de pessoas, a maioria civis, morreram nesta segunda-feira em combates entre as forças ucranianas e os milicianos pró-russos na cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia, denunciaram os rebeldes.
"Há dezenas de mortos na cidade, principalmente civis. Os combates estão acontecendo em todo o perímetro da cidade. A situação é muito complicada. A aviação bombardeia também a estação ferroviária", disse um dos líderes dos sublevados, Andrei Purguin.
As explosões puderam ser ouvidas em praticamente toda a cidade desde primeira hora da manhã, como constatou a Agência Efe.
De acordo com a administração regional de Donetsk, quatro pessoas morreram na retomada dos combates entre as milícias insurgentes pró-russas e as forças do governo, duas delas com a queda de um foguete em um edifício residencial.
"Nestes momentos, só se permite a passagem por essa zona dos veículos de serviços de emergência", disse o centro de imprensa da autoproclamada república popular de Donetsk.
Acrescentou que também há combates na aldeia de Naitalovo na estrada entre Donetsk e Krasnoarmeisk.
Os combates, nos quais o exército ucraniano emprega tanques e peças de artilharia, obrigaram muitos dos moradores da região a se esconderem nos refúgios subterrâneos habilitados pelas autoridades locais.
Um incêndio foi declarado na estação de ônibus Zapadni, e na de trens houve um tiroteio, o que interrompeu o tráfego em alguns pontos da cidade.
Por este mesmo motivo as autoridades também decidiram cancelar a saída de algum dos trens, uma das poucas formas de deixar a cidade devido ao fechamento do aeroporto.
A maioria dos comércios dos bairros próximos à estação de trem de Donetsk fecharam suas portas à espera da normalização da situação.
Os combates explodiram quando vários tanques do exército ucraniano tentaram entrar na cidade por Avdeyevka, incursão que foi repelida pelos milicianos, informaram os rebeldes.
"As balas passavam logo acima de nossas cabeças", contou, entre lágrimas, uma mulher que estava na sede do governo da autoproclamada república popular de Donetsk.
Na cidade mal se vê gente pelas ruas desde que os insurgentes impuseram o toque de recolher.
O prefeito de Donetsk, Aleksandr Lukianchenko, recomendou hoje que os cidadãos residentes nas áreas afetadas pelos bombardeios que não saiam de casa sob nenhuma condição, já que "estão acontecendo ações militares".
O aeroporto é, há semanas, o front bélico mais próximo de Donetsk, onde os rebeldes se renderam várias fortificações desde o fim do cessar-fogo, em 28 de junho.
A Efe viu no domingo vários caminhões com milicianos e peças de artilharia abandonarem a cidade, que está rodeada de incontáveis postos de controle de estrada.
Os hotéis de Donetsk estão quase vazios e seus únicos clientes são os repórteres que viajaram para cobrir a queda do avião malásio ali com 298 pessoas abordo.
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1. Velas e armas
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1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
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2. Pelo chão
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2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
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3. Memória saqueada
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3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
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4. Sem destino
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4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
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5. Caixa-preta
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5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
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6. Represália Europeia
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6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
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7. Maioria holandesa
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7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
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8. Domingo de homenagem
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8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
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9. Em busca da cura
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9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
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10. EUA diz que sabe
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10/13 (gett)
Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
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11. Artigo editado
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11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
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12. Duas tragédias no ano
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12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
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13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
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13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)