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Prisão de Bolsonaro foi 'provocativa', diz embaixada dos EUA no Brasil

Representação também criticou Alexandre de Moraes e chamou o ministro de 'violador de direitos humanos'

Bolsonaro foi detido na manhã deste sábado, 22, pela Polícia Federal (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Bolsonaro foi detido na manhã deste sábado, 22, pela Polícia Federal (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de internacional e economia

Publicado em 23 de novembro de 2025 às 11h29.

Última atualização em 23 de novembro de 2025 às 18h08.

A embaixada dos Estados Unidos no Brasil postou uma mensagem na rede social X com críticas à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A representação americana disse que o ato foi "provocativo e desnecessário" e fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"O juiz Moraes, um violador de direitos humanos sancionado, expôs o Supremo Tribunal Federal do Brasil à vergonha e ao descrédito internacional ao desrespeitar normas tradicionais de autocontenção judicial e politizar de forma escancarada o processo judicial", diz a postagem, publicada na noite de sábado, 22.

"Os Estados Unidos estão profundamente preocupados diante de seu mais recente ataque ao Estado de Direito e à estabilidade política no Brasil: a provocativa e desnecessária prisão do ex-presidente Bolsonaro, que já estava em prisão domiciliar sob forte vigilância e com rígidas restrições de comunicação. Não há nada mais perigoso para a democracia do que um juiz que não reconhece limites para seu poder", afirma a representação.

A embaixada americana republicou, em português, uma mensagem que havia sido postada horas antes por Christopher Landau, vice-secretário de Estado dos EUA.

O Departamento de Estado comanda a diplomacia americana no exterior e chefia as embaixadas estrangeiras.

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Sanções a Moraes

Desde julho, o governo de Donald Trump fez uma ofensiva contra a Justiça brasileira, para pressionar o STF a encerrar o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Entre as medidas, houve a imposição de uma tarifa adicional de 40% sobre os produtos brasileiros e a aplicação de sanções contra Moraes e membros de sua família, além de outros ministros do STF e autoridades brasileiras.

Na semana passada, Trump retirou a tarifa de 40% sobre quase 300 itens brasileiros, após uma série de conversas com o presidente Lula. As sanções, no entanto, seguem em vigor.

O americano parou de falar sobre Bolsonaro nos últimos meses. No sábado, 22, ao ser perguntado sobre a prisão dele, Trump disse apenas 'é uma pena' e que não sabia do caso.

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