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Presidente tunisiano inicia visita simbólica à França

Marzouki se reunirá à tarde com o presidente francês, François Hollande

Hollande e Marzouki: Cerca de 600.000 tunisianos, incluindo aqueles com dupla nacionalidade, vivem na França, e mais de 20.000 franceses moram na Tunísia (©AFP / Francois Guillot)
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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2012 às 17h06.

Paris - O presidente tunisiano, Moncef Marzouki, iniciou nesta terça-feira uma visita altamente simbólica à França com o objetivo de dissipar as tensões geradas pelo apoio de Paris ao antigo regime do ex-presidente Ben Ali.

Marzouki se reunirá à tarde com o presidente francês, François Hollande. Na quarta-feira, pronunciará um discurso na Assembleia Nacional (Câmara Baixa), uma honra que antes dele havia sido reservada a somente 16 líderes estrangeiros.

Esta visita do primeiro presidente da Tunísia democrática, um ex-opositor exilado na França, onde passou um terço de sua vida, "terá um alto valor emblemático", declarou o porta-voz do Ministério francês das Relações Exteriores, Bernard Valero.

"Será uma oportunidade para reafirmar o apoio que a França dá à transição política iniciada na Tunísia" e "a firme vontade da França de acompanhar as autoridades e o povo tunisianos neste processo, com base em uma aliança de igual para igual, respeitando os estreitos vínculos de amizade que unem os dois países e os dois povos", acrescentou o porta-voz.

Esta visita tem como objetivo "apagar" as tensões entre Paris e Túnis e estabelecer uma relação equilibrada entre a França e seu antigo protetorado, declarou à AFP o próprio Marzouki antes de iniciar sua viagem a Paris.

Os sucessivos governos franceses sempre tiveram relações privilegiadas com o pai da independência tunisiana, Habib Bourguiba, e com seu sucessor, Zine El Abidine Ben Ali.

Mas com a eclosão da revolução tunisiana, em janeiro de 2011, a França, presidida na época por Nicolas Sarkozy, não foi capaz de avaliar a importância do acontecimento.

O governo francês demorou a condenar a violência contra os manifestantes, e foi apenas após a queda de Ben Ali que Sarkozy manifestou seu apoio ao movimento.


A ministra das Relações Exteriores da época, Michèle Alliot-Marie, escandalizou os tunisianos ao propor uma ajuda policial da França no momento em que a repressão era mais intensa.

Naquele momento, surgiram denúncias dos vínculos da ministra com um rico empresário tunisiano que tinha negócios com a família Ben Ali.

Nicolas Sarkozy acabou fazendo um 'mea culpa' e Alliot-Marie foi destituída do governo. Mas as gafes diplomáticas e os mal-entendidos continuaram.

Com a chegada à Presidência francesa do socialista François Hollande "a atmosfera psicológica melhorou sensivelmente", disse Marzouki, fundador do partido Congresso para a República (CPR).

Esta visita será também para o presidente tunisiano uma oportunidade para tentar dissipar os temores de uma guinada islamita em seu país, após a chegada ao poder do partido Enahda.

Marzouki, que se aproximou rapidamente dos islamitas, é considerado em seu país um opositor histórico de currículo impecável, mas também criticado por outros, que o acusam de ser atuar a serviço do Enahda.

Na França, Marzouki se reunirá também na quarta-feira com o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, com o ministro do Interior, Manuel Valls, e com o presidente da ONG Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH), Suhayr Belhasen.

Cerca de 600.000 tunisianos, incluindo aqueles com dupla nacionalidade, vivem na França, e mais de 20.000 franceses moram na Tunísia.

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Paris - O presidente tunisiano, Moncef Marzouki, iniciou nesta terça-feira uma visita altamente simbólica à França com o objetivo de dissipar as tensões geradas pelo apoio de Paris ao antigo regime do ex-presidente Ben Ali.

Marzouki se reunirá à tarde com o presidente francês, François Hollande. Na quarta-feira, pronunciará um discurso na Assembleia Nacional (Câmara Baixa), uma honra que antes dele havia sido reservada a somente 16 líderes estrangeiros.

Esta visita do primeiro presidente da Tunísia democrática, um ex-opositor exilado na França, onde passou um terço de sua vida, "terá um alto valor emblemático", declarou o porta-voz do Ministério francês das Relações Exteriores, Bernard Valero.

"Será uma oportunidade para reafirmar o apoio que a França dá à transição política iniciada na Tunísia" e "a firme vontade da França de acompanhar as autoridades e o povo tunisianos neste processo, com base em uma aliança de igual para igual, respeitando os estreitos vínculos de amizade que unem os dois países e os dois povos", acrescentou o porta-voz.

Esta visita tem como objetivo "apagar" as tensões entre Paris e Túnis e estabelecer uma relação equilibrada entre a França e seu antigo protetorado, declarou à AFP o próprio Marzouki antes de iniciar sua viagem a Paris.

Os sucessivos governos franceses sempre tiveram relações privilegiadas com o pai da independência tunisiana, Habib Bourguiba, e com seu sucessor, Zine El Abidine Ben Ali.

Mas com a eclosão da revolução tunisiana, em janeiro de 2011, a França, presidida na época por Nicolas Sarkozy, não foi capaz de avaliar a importância do acontecimento.

O governo francês demorou a condenar a violência contra os manifestantes, e foi apenas após a queda de Ben Ali que Sarkozy manifestou seu apoio ao movimento.


A ministra das Relações Exteriores da época, Michèle Alliot-Marie, escandalizou os tunisianos ao propor uma ajuda policial da França no momento em que a repressão era mais intensa.

Naquele momento, surgiram denúncias dos vínculos da ministra com um rico empresário tunisiano que tinha negócios com a família Ben Ali.

Nicolas Sarkozy acabou fazendo um 'mea culpa' e Alliot-Marie foi destituída do governo. Mas as gafes diplomáticas e os mal-entendidos continuaram.

Com a chegada à Presidência francesa do socialista François Hollande "a atmosfera psicológica melhorou sensivelmente", disse Marzouki, fundador do partido Congresso para a República (CPR).

Esta visita será também para o presidente tunisiano uma oportunidade para tentar dissipar os temores de uma guinada islamita em seu país, após a chegada ao poder do partido Enahda.

Marzouki, que se aproximou rapidamente dos islamitas, é considerado em seu país um opositor histórico de currículo impecável, mas também criticado por outros, que o acusam de ser atuar a serviço do Enahda.

Na França, Marzouki se reunirá também na quarta-feira com o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, com o ministro do Interior, Manuel Valls, e com o presidente da ONG Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH), Suhayr Belhasen.

Cerca de 600.000 tunisianos, incluindo aqueles com dupla nacionalidade, vivem na França, e mais de 20.000 franceses moram na Tunísia.

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