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Presidente italiano cogita novo governo tecnocrata

Segundo fontes, governo tecnocrata será liderado por alguém de fora da política para tirar o país do seu impasse pós-eleitoral


	Giorgio Napolitano, presidente da Itália: solução deve ser adotada se o líder da coalizão italiana de centro-esquerda, Pier Luigi Bersani, não conseguir formar um gabinete
 (Fabrizio Bensch/Reuters)

Giorgio Napolitano, presidente da Itália: solução deve ser adotada se o líder da coalizão italiana de centro-esquerda, Pier Luigi Bersani, não conseguir formar um gabinete (Fabrizio Bensch/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2013 às 11h37.

Roma - O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, cogita nomear um novo governo tecnocrata, liderado por alguém de fora da política, para tirar o país do seu impasse pós-eleitoral, disseram fontes nesta terça-feira.

Essa solução deve ser adotada se o líder da coalizão italiana de centro-esquerda, Pier Luigi Bersani, não conseguir formar um gabinete depois de receber autorização para isso de Napolitano, como se espera, segundo essas fontes.

Bersani conquistou maioria na Câmara dos Deputados na eleição de fevereiro, e diz ter o direito de ser o primeiro a tentar formar um governo, embora não tenha maioria viável no Senado.

Mas o líder do Movimento 5 Estrelas, o comediante Beppe Grillo, que se tornou o fiel da balança na política italiana após catalisar o voto de protesto, respondeu a especulações sobre um gabinete tecnocrata dizendo que não o apoiaria.

"Governos tecnocratas não existem na natureza, só governos políticos apoiados por maiorias parlamentares. O governo (do atual primeiro-ministro, Mario) Monti foi o governo mais político desde a guerra (Segunda Guerra Mundial)", escreveu Grillo no seu blog.

Segundo ele, um premiê tecnocrata seria apenas uma "folha de figueira" para cobrir as responsabilidades dos partidos tradicionais.

Por razões constitucionais, Napolitano só deve iniciar por volta de 15 de março as consultas com os partidos políticos, e essa demora estimula os rumores e as manobras políticas.


Como nenhum partido tem maioria no Senado, a formação de um governo depende de um acordo entre pelo menos duas das três principais forças rivais - a centro-esquerda, de Bersani; o bloco de centro-direita, comandado pelo ex-premiê Silvio Berlusconi, e o alternativo Movimento 5 Estrelas.

Grillo tem manifestado hostilidade às aberturas de Bersani, e acredita-se que dificilmente poderia apoiar um governo liderado pelo rival.

Na segunda-feira, Vito Crimi, recém-indicado líder do 5 Estrelas no Senado, disse que seu grupo não dará um voto de confiança a nenhum governo que seja liderado por um dos partidos principais, mas que poderia apoiar um gabinete "alternativo ao sistema partidário".

No dia seguinte, porém, Crimi afirmou que seus comentários foram mal interpretados, e que o 5 Estrelas não apoiará um governo tecnocrata. Ele acrescentou que o bloco tem a ambição de comandar o gabinete.

O atual gabinete tecnocrata italiano, comandado por Monti, foi nomeado em 2011, com a missão de tirar a Itália de uma crise financeira que ameaçava fechar os mercados financeiros ao país.

Grillo passou boa parte da campanha eleitoral deste ano fazendo críticas duras ao governo de Monti.

A liderança do Partido Democrático, de Bersani, deve se reunir na quarta-feira para discutir seus próximos passos e definir um pacote de reformas a ser apresentado ao Parlamento.

Bersani diz descartar uma aliança com Berlusconi, mas não com Grillo.

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