Gabriel Boric, presidente do Chile (Sebastián Vivallo Oñate / Agencia Makro/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 17 de junho de 2024 às 15h52.
Última atualização em 17 de junho de 2024 às 16h05.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, exigiu nesta segunda-feira, 17, que a Argentina retire "o mais breve possível" painéis solares de uma base militar que foram instalados no lado chileno da fronteira. O governo argentino admitiu o erro, mas disse que os equipamentos só poderiam ser recolhidos quando as condições climáticas permitissem.
"As fronteiras não são algo com o que se possa ter ambiguidades e é um princípio básico de respeito entre os países, e, portanto, devem retirar esses painéis solares o mais breve possível ou nós mesmos o faremos", declarou o mandatário a jornalistas chilenos em Paris, onde se encontra em visita oficial.
No final de abril, a Marinha argentina inaugurou o "Posto de Vigilância e Controle de Trânsito Marítimo Hito 1" na fronteira com o Chile, na região da Patagônia. Os painéis solares que fornecem energia a essa unidade militar foram instalados no lado chileno da zona limítrofe.
"Imagino que não teremos problemas a esse respeito, mas é um sinal equívoco, um sinal que não nos agrada e, portanto, o que exigimos é que isso seja resolvido no menor prazo possível e insisto, se não o faremos nós mesmos", acrescentou Boric.
O chanceler chileno, Alberto Van Klaveren, afirmou que a Argentina "reconheceu um erro" e expressou suas "desculpas a esse respeito". No entanto, o embaixador argentino no Chile, Jorge Faurie, disse que não seria possível retirar os painéis solares neste momento.
"Eles serão removidos assim que as condições climáticas permitirem", garantiu o diplomata ao jornal argentino La Nación. Chile e Argentina compartilham uma extensa fronteira de cerca de 5 mil quilômetros.
Em 1978, quando ambos os países eram governados por ditaduras, estiveram perto de iniciar uma guerra por uma disputa sobre as ilhas no Canal de Beagle, no extremo sul do continente.
Com tropas mobilizadas em ambos os lados da fronteira, a disputa foi resolvida em favor do Chile com a mediação do papa João Paulo II.