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Presidente da Espanha irá testemunhar em caso de corrupção

O esquema, conhecido como "Gürtel", envolvia o pagamento de propinas para o Partido Popular facilitar licitação de obras públicas "para empresas amigas"

Mariano Rajoy: ele será o primeiro presidente do Governo em exercício a ter que comparecer como testemunha ante um tribunal (Sergio Perez/Reuters)
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AFP

Publicado em 18 de abril de 2017 às 16h00.

O presidente do Governo espanhol , Mariano Rajoy, deverá comparecer como testemunha no processo de um escândalo de corrupção conhecido como caso "Gürtel", que envolve altos nomes do Partido Popular (PP, conservador).

Segundo um porta-voz da Audiência Nacional, tribunal espanhol especializado nos casos políticos-financeiros e de terrorismo, a audiência ainda não tem data marcada e o comparecimento de Rajoy foi confirmado.

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"Rajoy será o primeiro presidente do Governo em exercício a ter que comparecer como testemunha ante um tribunal", ou seja, de maneira presencial, destaca o historiador Jaume Muñoz-Jofre, autor do livro "La España corrupta: breve historia de la corrupción'.

Rajoy sempre disse não estar a par de qualquer envolvimento supostamente ilício de membros de seu partido.

Mas, ante o Congresso de deputados, em 2013, admitu que "se equivocou" ao depositar sua confiança em Luis Bárcenas, ex-tesoureiro do PP.

O esquema "Gürtel", comandando pelo empresário espanhol Francisco Correa, também atinge outros altos dirigentes do PP, como Bárcenas.

Bárcenas admitiu, no início de 2017 ante um tribunal, que o partido utilizou recursos de Caixa 2, que teriam sido doados por empresários.

Correa é réu em vários julgamentos de casos envolvendo pagamento de propinas para pessoas do PP para conseguir a licitação de obras públicas "para empresas amigas".

Ao todo, 37 pessoas, entre elas vários ex-membros do PP, são julgadas desde outubro por suspeitas de participaçao em uma sofisticada rede de desvio de fundos públicos entre 1999 e 2005.

O caso atingiu, entre outros, a ex-ministra conservadora da Saúde, Ana Mato, que se viu obrigada pedir demissão e está sendo processada como "partícipe a título lucrativo" dos presentes dados a seu ex-marido, Jesús Sepúlveda, prefeito de Pozuelo (Madri) entre 2003 e 2009.

A imagem do PP, que governa a Espanha desde 2011, está profundamente abalada pela proliferação de escândalos de corrupção nos últimos anod, o wur revolta ainda mais a opinião pública por causa da grave crise econômica que o país vive desde 2008.

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