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Presidente da Comissão Europeia exclui saída do Reino Unido

"Não temos plano B, nós temos um plano A. Grã-Bretanha vai permanecer na União Europeia e será um membro construtivo e ativo da União"


	Reino Unido: Cameron manteve uma rodada de discussões no Parlamento Europeu para conseguir apoio às reformar que exige
 (Toby Melville / Reuters)

Reino Unido: Cameron manteve uma rodada de discussões no Parlamento Europeu para conseguir apoio às reformar que exige (Toby Melville / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2016 às 15h40.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, excluiu nesta terça-feira a saída do Reino Unido da UE, durante uma visita de David Cameron a Bruxelas antes de uma cúpula supostamente organizada para responder às demandas britânicas por reformas do bloco.

"Não temos plano B, nós temos um plano A. Grã-Bretanha vai permanecer na União Europeia e será um membro construtivo e ativo da União", insistiu Jean-Claude Juncker, que recebeu o primeiro-ministro britânico David Cameron nesta tarde em Bruxelas.

Cameron manteve nesta terça-feira uma rodada de discussões no Parlamento Europeu para conseguir apoio às reformar que exige para evitar uma saída da Grã Bretanha do bloco.

O presidente do Parlamento, Martin Schulz, recebeu Cameron junto a três eurodeputados "envolvidos nas discussões".

Ao final do encontro, Schulz declarou à imprensa que a União Europeia "jamais esteve em situação tão dramática".

Cameron, que prometeu um referendo sobre a possibilidade de manter ou não seu país na UE, espera arrancar um compromisso em uma cúpula dos 28 chefes de Estado e de Governo da UE na quinta e sexta-feira em Bruxelas, o que lhe permitiria organizar esta consulta a partir do mês de junho.

O gabinete do primeiro-ministro britânico indicou nesta tarde que os líderes das três bancadas do Parlamento "deixaram claro seu apoio às propostas apresentas e asseguraram que estão dispostos a fazer o necessário para tramitar na Eurocâmara toda a legislação".

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, apresentou em 2 de fevereiro um acordo preliminar para atender às reivindicações britânicas e evitar um "Brexit", mas questões como a imigração, soberania política ou governança econômica continuam a provocar grandes divergências.

Tusk, que visita as capitais europeias numa tentativa de conciliar posições, aumentou a pressão na segunda-feira à noite ao estimar em Bucareste que a UE estava em "um momento crítico".

"O risco de um desmembramento é real (...) O que se quebra não pode ser reparado", advertiu, evocando um processo "muito frágil", em que "o futuro da União Europeia está em jogo".

"Sem veto"

Tusk se reuniu com os líderes do centro e leste europeu, onde a questão das restrições de benefícios sociais para os imigrantes europeus que vão trabalhar na Grã-Bretanha, uma das reivindicações fundamentais de Cameron, é mal vista.

Eme deve se reunir ainda nesta terça com o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, o primeiro-ministro checo Bohuslav Sobotka e a chanceler alemã Angela Merkel.

Por sua vez, Cameron fez uma visita surpresa ontem à noite em Paris na esperança de vencer a relutância de François Hollande. O presidente francês nega a ideia de que os países que não adotaram o euro possam bloquear uma decisão dos 19 países que adotaram a moeda única.

Em Bruxelas, Cameron encurtou seu programa para o Parlamento Europeu, cancelando uma reunião com todos os líderes dos grupos políticos.

Alguns parlamentares acreditam que o primeiro-ministro conservador pedirá muito em troca da promessa de fazer campanha pela manutenção na UE, enquanto outros, como o britânico Nigel Farage, lamentam as concessões à UE.

Cameron "não pediu muito, não é? E ele obteve muito pouco. Ele não quer que o povo britânico entenda que mesmo este chamado acordo possa ser bloqueado por um veto do Parlamento", protestou Farage, líder do partido anti-imigração UKIP.

O presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz, refutou estas críticas, observando que toda mudança legislativa será submetida à assembleia, mas acrescentou que "o Parlamento Europeu não tem veto, eu rejeito essa retórica".

"A União Europeia nunca esteve em uma situação tão dramática quanto nesta semana", advertiu, alertando contra as consequências de uma saída do Reino Unido da UE já, abalada por uma crise migratória sem precedentes.

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