Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e presidente da China, Xi Jinping, durante uma ruenião em Pequim em fevereiro deste ano. (Sputnik/Aleksey Druzhinin/Kremlin/Reuters)
AFP
Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 14h50.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2022 às 15h07.
O presidente chinês, Xi Jinping, conversou nesta sexta-feira, 25, com seu homólogo russo, Vladimir Putin, sobre a guerra na Ucrânia e se mostrou favorável a uma resolução do conflito pela via diplomática.
A China "apoia a Rússia na resolução [do conflito] por meio de negociações com a Ucrânia", informou a televisão estatal chinesa CCTV, ao apresentar um resumo do telefonema entre os dois.
Após meses de esforços diplomáticos, Vladimir Putin lançou a invasão da Ucrânia na madrugada de quinta-feira, com as tropas russas realizando bombardeios e incursões terrestres em várias partes do país, inclusive perto da capital Kiev.
Desde então, a China manteve uma linha diplomática cautelosa em relação à crise, recusando-se a rotulá-la de "invasão".
Tampouco condenou as ações da Rússia, sua aliada próxima.
Durante a ligação com Putin, Xi disse que era importante "abandonar a mentalidade da guerra fria, dar importância e respeitar as preocupações de segurança razoáveis de todos os países e formar um mecanismo de segurança europeu equilibrado, eficaz e sustentável por meio de negociações".
Segundo a imprensa chinesa, Putin explicou as razões pelas quais a Rússia lançou uma "operação militar especial" e disse a Xi que tanto a Otan quanto os Estados Unidos "ignoraram por muito tempo as preocupações de segurança razoáveis da Rússia".
O líder russo também afirmou a Xi que está disposto a manter conversas de "alto nível" com a Ucrânia.
À medida que a crise se aprofundava, a China foi forçada a fazer um difícil equilíbrio entre seus laços estreitos com a Rússia e seus grandes interesses econômicos na Europa.
A ofensiva de Moscou contrasta com a posição de política externa de longa data da China de não interferir nos assuntos internos de outros países.
Xi afirmou que a China está "disposta a trabalhar com todas as partes da comunidade internacional e defender um conceito de segurança comum, abrangente, cooperativo e sustentável, e salvaguardar firmemente o sistema internacional com as Nações Unidas no centro", segundo o canal CCTV.