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Premiê da Itália anuncia renúncia após referendo

Matteo Renzi havia vinculado sua permanência no cargo ao resultado do referendo, que perdeu por uma diferença de 10 pontos

Matteo Renzi: premiê vinculou sua permanência ao resultado do referendo, que perdeu por uma diferença de 10 pontos (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)
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AFP

Publicado em 4 de dezembro de 2016 às 23h38.

Última atualização em 5 de dezembro de 2016 às 09h56.

O premier italiano, Matteo Renzi, anunciou neste domingo sua renúncia, após perder um referendo sobre a reforma constitucional.

"O 'não' venceu de forma clara", declarou Renzi em entrevista coletiva, onde acrescentou: "Assumo a responsabilidade pela derrota. Minha experiência como chefe de governo termina aqui."

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"Perdi. Mas na política italiana ninguém perde nunca. Não ganham, mas ninguém perde. Eu perdi, e digo isto em voz alta", declarou Renzi.

O premier havia vinculado sua permanência no cargo ao resultado do referendo, que perdeu por uma diferença de 10 pontos, que dificilmente poderá ser revertida, segundo a boca de urna.

Segundo o canal público RAI e o privado La 7, entre 56% e 60% dos italianos votaram "não", contra entre 40% e 44% que optaram pelo "sim".

"Foi uma festa da democracia. Estou orgulhoso de os cidadãos terem se pronunciado sobre a reforma em si. Felicitações aos líderes do 'não'", disse Renzi.

Uma porcentagem alta dos 50 milhões de italianos, quase 70% dos convocados às urnas, pronunciou-se sobre a reforma promovida pelo premier.

Minutos após a divulgação das primeiras pesquisas, o líder da xenófoba Liga Norte, Matteo Salvini, entre os defensores do "não", bem como representantes de centro-direita da Força Itália, pediram eleições antecipadas.

"Viva, viva a democracia", publicou em seu blog Beppe Grillo, líder do populista Movimento 5 Estrelas, acrescentando: "Adeus, Renzi, os italianos devem votar o mais rapidamente possível."

"Foram derrotados os grupos de poder", comentou o porta-voz do Força Itália, Renato Brunetta.

A maioria da classe política, desde a extrema esquerda até a extrema direita, incluindo críticos do próprio partido de Renzi, o Partido Democrático (PD), foi contra a reforma, que, segundo ela, concedia um poder excessivo ao chefe de governo.

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