Netanyahu: "Os ataques são feitos contra mim porque eu defendo o Estado de Israel" (AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2014 às 19h35.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descartou nesta quarta-feira qualquer concessão sobre Jerusalém Oriental, apesar das críticas americanas a sua política de colonização.
"Eu não estou pronto para fazer concessões que coloquem nosso Estado em perigo", declarou Benjamin Netanyahu em um discurso ao Parlamento.
Ele respondeu dessa forma à publicação na terça-feira pela revista "The Atlantic" de declarações de uma autoridade da administração de Barack Obama que o chama "covarde" e denuncia a sua política de colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Esses ataques pessoais anônimos, apresentados como sem precedentes por analistas, foram manchete em Israel.
"Os ataques são feitos contra mim porque eu defendo o Estado de Israel", acrescentou o primeiro-ministro.
"Devem entender que nossos interesses supremos são em primeiro lugar a segurança e a unidade de Jerusalém, o que não é a principal preocupação de quem me ataca de forma anônima", continuou Benjamin Netanyahu.
A Casa Branca rejeitou as declarações nesta quarta, ressaltando que o presidente Barack Obama e Netanyahu possuem uma "aliança eficaz".
"Isso certamente não reflete a posição da administração", disse Alistair Baskey, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (NSC), chamando de "inoportunas e contraproducentes" as declarações sobre Netanyahu.
De acordo com a autoridade citada pela "The Atlantic", Benjamin Netanyahu "não fará nada para chegar a um acordo com os palestinos e os países árabes, e que a única coisa que o interessa é se proteger uma derrota política."
O americano também ressaltou que o anúncio da construção de novos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental provocaram a "ira" do governo Obama.
Os Estados Unidos têm criticado fortemente a decisão de Israel de incentivar a construção de mais de 1.000 unidades habitacionais em bairros de colonização israelense em Jerusalém Oriental, considerando que tal ação é "inconsistente" com os esforços de paz na região.
Os palestinos querem fazer de Jerusalém Oriental a capital do Estado que pretendem criar.
A comunidade internacional considera ilegal a anexação e a ocupação de Jerusalém Oriental por Israel.