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PPP da COP rende conscientização de políticos e empresários

Aperto de mãos em Doha pode ser traduzido como uma união de esforços governamentais e privados equivalente a uma Parceria Público Privada (PPP)


	Christiana Figueres: é preciso mostrar que as ações de adaptação e mitigação já estão acontecendo, não são apenas conjecturas e planos
 (Alexander Joe/AFP)

Christiana Figueres: é preciso mostrar que as ações de adaptação e mitigação já estão acontecendo, não são apenas conjecturas e planos (Alexander Joe/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 15h11.

São Paulo - O anúncio de uma parceria entre o secretariado da Convenção de Mudanças Climáticas e o Climate Group (Grupo do Clima) levantou o moral em Doha, no Qatar, nesta quarta feira de negociações da 18ª Conferência das Partes (COP18).

O aperto de mãos pode ser traduzido como uma união de esforços governamentais e privados equivalente a uma Parceria Público Privada (PPP), recurso utilizado em obras ou serviços de alto interesse público, mas com algum tipo de impedimento ou dificuldade de administração por parte do governo responsável.

Vale lembrar, aqui, as quatro principais características de uma PPP para entender o significado do apoio hoje obtido pelo secretariado. Em geral, esse tipo de parceria traz algum tipo de capital adicional; fornece capacidades alternativas de gestão e implementação; acrescenta valor à obra ou ao serviço, do ponto de vista do consumidor, e melhora a identificação das necessidades e a otimização dos recursos.

A “PPP da COP18” pode render tudo isso pela via da conscientização, principal linha de atuação do Climate Group e uma das especialidades de Mark Kenber, seu CEO.

Não a conscientização genérica do público sobre mudanças climáticas (também muito importante), mas a conscientização de políticos e empresários de alto nível, com poder de decisão e cacife para bancar mudanças: esse é o diferencial do novo parceiro.

O Climate Group, para quem não conhece, é uma coalizão de empresas, cidades, estados, regiões e personalidades públicas com atuação na Austrália, China, Europa, Índia e América do Norte.

Eles se pautam pela eficiência e ousadia e se autodefinem como “uma organização independente, sem fins lucrativos, trabalhando para inspirar e catalisar lideranças em prol de uma Revolução Limpa (Clean Revolution): um futuro de baixo carbono, que é mais inteligente, melhor e mais próspero para todos”.

Para destravar as negociações agora, conforme comentou a secretária geral da convenção, Christiana Figueres, é preciso mostrar que as ações de adaptação e mitigação já estão acontecendo, não são apenas conjecturas e planos, mas estão “fazendo diferença para pessoas e para o meio ambiente” e podem ser multiplicadas.

A expectativa, no curtíssimo prazo que resta aos negociadores, é montar uma força-tarefa e pelo menos espantar o pessimismo das mesas de negociações para chegar a alguns resultados palpáveis. Com os primeiros movimentos de países dispostos a firmar compromissos e propor saídas para os impasses – caso de Mônaco, Reino Unido e Brasil – talvez ainda dê para salvar esta COP.

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