Porto-riquenhos apoiam pela primeira vez a anexação aos EUA
O resultado da consulta realizada na terça-feira em coincidência com as eleições gerais rompe com décadas de apoio dos porto-riquenhos ao atual status
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2012 às 20h45.
San Juan - Os porto-riquenhos disseram pela primera vez em sua história, em uma consulta não vinculativa, que querem se transformar em mais um estado dos Estados Unidos , em lugar do modelo que rege suas relações desde 1952, o de Estado Livre Associado.
O resultado da consulta realizada na terça-feira em coincidência com as eleições gerais rompe com décadas de apoio dos porto-riquenhos ao atual status, que perpetua uma relação pela qual Washington administra o território, mas não concede a seus habitantes o mesmo tratamento que aos americanos.
Do total de votantes, 61,15% optaram pela anexação aos EUA para que Porto Rico se transforme em estado, e 33,31% apostaram na no sistema de Estado Livre Associado Soberano, com uma relação de igual para igual com Washington, e apenas 5,53% defenderam a independência.
O Partido Popular Democrático (PPD), cujo candidato a governador, Alejandro García Padilla, ganhou as eleições gerais de terça-feira, havia advertido que a consulta era enganosa, porque não incluía entre as opções possíveis o atual Estado Livre Associado.
O candidato a governador derrotado e promotor da consulta, o anexionista Luis Fortuño, se negou a introduzir essa opção por entender que não havia sentido em propor algo que significava favorecer a perpetuação da colônia.
Os eleitores foram perguntados em primeiro lugar se estavam a favor ou contra manter o atual status, que permite um alto grau de autonomia, mas deixa nas mãos de Washington assuntos como fronteiras, defesa e relações internacionais.
Esta foi a primeira vez na história que a pergunta foi feita, e 53,99% disseram ser contrários ao atual status, enquanto 46,01% se pronunciaram a favor de perpetuá-lo. Em seguida, na mesma cédula, foram perguntados se, independentemente do que tivessem respondido na pergunta anterior, escolheriam a anexação, a independência ou o Estado Livre Associado Soberano.
Após sua vitória do terça-feira, o eleito García Padilla disse que abordará o assunto, sem dar mais pistas, embora enfrente o paradoxo de atender o desejo expressado na consulta pela população e, ao mesmo tempo, tentar manter a postura de seu partido, propício ao modelo atual porque considera que ajuda a manter a 'identidade' porto-riquenha.
O resultado da consulta, sem valor jurídico e convocada de forma unilateral por Fortuño, que concorria à reeleição, é uma mensagem a Washington em favor de acabar com mais de um século de regime colonial.
A vitória do 'não' é um triunfo pessoal para Fortuño, presidente do Partido Novo Progressista (PNP), que durante décadas defendeu a anexação da ilha pelos EUA.
Além disso, o resultado rompe uma tendência que remonta a 1967, quando o assunto foi consultado pela primeira vez e a opção de Estado Livre Associado ganhou com 60,4% dos votos, contra 48,6% dos que queriam se incorporar aos Estados Unidos.
Similares consultas, em 1993 e 1998, voltaram a confirmar a tendência ao imobilismo dos porto-riquenhos, que seguiram as teses do PPD, cujo fundador, Luis Muñoz Marín, negociou nos anos 50 com Washington o presente status.
A chegada de milionárias ajudas sociais a cada ano dos EUA a uma ilha cuja renda é a metade da do estado mais pobre do país e o direito de ter passaporte americano mantiveram os porto-riquenhos satisfeitos durante décadas, já que ao mesmo tempo mantêm uma identidade diferenciada.
O Executivo deve esperar agora para saber qual é a reação de Washington ao resultado, embora durante estes últimos quatro anos o Congresso americano tenha ignorado as reivindicações anexionistas do governo de San Juan.
Em março de 2010, o Grupo de Trabalho do presidente Barack Obama foi a primeira delegação americana a ir a Porto Rico para estudar uma saída para a questão da soberania.
A Constituição porto-riquenha, aprovada pelo Congresso de Washington e em vigor desde 28 de julho de 1952, define a ilha como um Estado Livre Associado, cujos cidadãos têm cidadania americana desde 1917 e desfrutam de uma autonomia administrativa parecida com a dos estados do país americano.
Os EUA decidem quais de suas leis se aplicam em Porto Rico e quais não, e seus habitantes não têm representação com voto no Congresso americano. Nem sequer participaram da reeleição de Barack Obama.
San Juan - Os porto-riquenhos disseram pela primera vez em sua história, em uma consulta não vinculativa, que querem se transformar em mais um estado dos Estados Unidos , em lugar do modelo que rege suas relações desde 1952, o de Estado Livre Associado.
O resultado da consulta realizada na terça-feira em coincidência com as eleições gerais rompe com décadas de apoio dos porto-riquenhos ao atual status, que perpetua uma relação pela qual Washington administra o território, mas não concede a seus habitantes o mesmo tratamento que aos americanos.
Do total de votantes, 61,15% optaram pela anexação aos EUA para que Porto Rico se transforme em estado, e 33,31% apostaram na no sistema de Estado Livre Associado Soberano, com uma relação de igual para igual com Washington, e apenas 5,53% defenderam a independência.
O Partido Popular Democrático (PPD), cujo candidato a governador, Alejandro García Padilla, ganhou as eleições gerais de terça-feira, havia advertido que a consulta era enganosa, porque não incluía entre as opções possíveis o atual Estado Livre Associado.
O candidato a governador derrotado e promotor da consulta, o anexionista Luis Fortuño, se negou a introduzir essa opção por entender que não havia sentido em propor algo que significava favorecer a perpetuação da colônia.
Os eleitores foram perguntados em primeiro lugar se estavam a favor ou contra manter o atual status, que permite um alto grau de autonomia, mas deixa nas mãos de Washington assuntos como fronteiras, defesa e relações internacionais.
Esta foi a primeira vez na história que a pergunta foi feita, e 53,99% disseram ser contrários ao atual status, enquanto 46,01% se pronunciaram a favor de perpetuá-lo. Em seguida, na mesma cédula, foram perguntados se, independentemente do que tivessem respondido na pergunta anterior, escolheriam a anexação, a independência ou o Estado Livre Associado Soberano.
Após sua vitória do terça-feira, o eleito García Padilla disse que abordará o assunto, sem dar mais pistas, embora enfrente o paradoxo de atender o desejo expressado na consulta pela população e, ao mesmo tempo, tentar manter a postura de seu partido, propício ao modelo atual porque considera que ajuda a manter a 'identidade' porto-riquenha.
O resultado da consulta, sem valor jurídico e convocada de forma unilateral por Fortuño, que concorria à reeleição, é uma mensagem a Washington em favor de acabar com mais de um século de regime colonial.
A vitória do 'não' é um triunfo pessoal para Fortuño, presidente do Partido Novo Progressista (PNP), que durante décadas defendeu a anexação da ilha pelos EUA.
Além disso, o resultado rompe uma tendência que remonta a 1967, quando o assunto foi consultado pela primeira vez e a opção de Estado Livre Associado ganhou com 60,4% dos votos, contra 48,6% dos que queriam se incorporar aos Estados Unidos.
Similares consultas, em 1993 e 1998, voltaram a confirmar a tendência ao imobilismo dos porto-riquenhos, que seguiram as teses do PPD, cujo fundador, Luis Muñoz Marín, negociou nos anos 50 com Washington o presente status.
A chegada de milionárias ajudas sociais a cada ano dos EUA a uma ilha cuja renda é a metade da do estado mais pobre do país e o direito de ter passaporte americano mantiveram os porto-riquenhos satisfeitos durante décadas, já que ao mesmo tempo mantêm uma identidade diferenciada.
O Executivo deve esperar agora para saber qual é a reação de Washington ao resultado, embora durante estes últimos quatro anos o Congresso americano tenha ignorado as reivindicações anexionistas do governo de San Juan.
Em março de 2010, o Grupo de Trabalho do presidente Barack Obama foi a primeira delegação americana a ir a Porto Rico para estudar uma saída para a questão da soberania.
A Constituição porto-riquenha, aprovada pelo Congresso de Washington e em vigor desde 28 de julho de 1952, define a ilha como um Estado Livre Associado, cujos cidadãos têm cidadania americana desde 1917 e desfrutam de uma autonomia administrativa parecida com a dos estados do país americano.
Os EUA decidem quais de suas leis se aplicam em Porto Rico e quais não, e seus habitantes não têm representação com voto no Congresso americano. Nem sequer participaram da reeleição de Barack Obama.