Polícia retira à força islamistas de mesquita no Cairo
Na quarta-feira, as autoridades decretaram estado de emergência no Egito e um toque de recolher noturno em algumas províncias do país
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2013 às 13h29.
Cairo - A polícia egípcia retirou à força neste sábado os islamitas entrincheirados há várias horas em uma mesquita do centro do Cairo , em meio a um intenso tiroteio, no quarto dia de confrontos que já provocaram mais de 750 mortes no país.
Na quarta-feira, as autoridades decretaram estado de emergência no Egito e um toque de recolher noturno em algumas províncias do país, que virou um autêntico campo de batalha desde a desocupação à força dos acampamentos dos partidários do presidente deposto Mohamed Mursi no Cairo.
Os partidários de Mursi que permaneciam entrincheirados na mesquita do centro do Cairo foram desalojados, informaram à AFP fontes dos serviços de segurança.
Mas as forças de segurança ainda tentavam assumir o controle total do minarete da mesquita Al-Fath, a partir do qual, segundo a agência de notícias governamental MENA, atiradores disparavam contra as forças de segurança.
No fim da tarde não eram ouvidos mais tiros, segundo fontes dos serviços de segurança.
A polícia também atirava para o alto com o objetivo de dispersar os moradores que estavam fora da mesquita e agrediam os islamitas, que eram retirados do templo, em uma praça impregnada de gás lacrimogêneo.
Quase 1.000 pessoas chegaram a permanecer no interior da mesquita, segundo um dos islamitas, mas o número não pôde ser confirmado por uma fonte independente.
O confronto violento aconteceu no quarto dia de sangrentos distúrbios entre as forças de segurança, que receberam autorização de usar armamento letal contra os manifestantes hostis, e partidários do presidente islamita deposto Mohamed Mursi.
A polícia conseguiu retirar à força pelo menos sete homens da mesquita, no início de um ataque ao local, mas a multidão de moradores agrediu os simpatizantes de Mursi com pedaços de pau e barras de ferro.
Os confrontos entre as forças de segurança e manifestantes islamitas deixaram nas últimas 24 horas 173 mortos no Egito, após a convocação dos partidários de Mursi para uma "sexta-feira da ira", informou o governo neste sábado.
Os confrontos registrados durante a "sexta-feira da ira" também deixaram 1.330 feridos.
O filho de Mohamed Badie, Guia Supremo da Irmandade Muçulmana do Egito, morreu ao ser atingido por tiros nos confrontos de sexta-feira entre manifestantes e as forças de segurança no Cairo, informou o movimento neste sábado.
"Ammar, filho de Mohamed Badie, o Guia Supremo da Irmandade Muçulmana, morreu ao ser atingido por munição letal no massacre de ontem na Praça Ramsés da capital", afirma um comunicado do movimento.
Além disso, o irmão do líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, foi detido neste sábado no Egito por "apoio" ao deposto presidente islamita Mohamed Mursi, anunciaram fontes dos serviços de segurança.
Mohamed al-Zawahiri, egípcio que mora no Cairo, foi detido em Guizeh, subúrbio da capital, segundo as fontes, que pediram anonimato.
== Acordo de paz desperdiçado ==
Estados Unidos e seus aliados europeus e do Golfo estiveram perto de obter um acordo de paz entre os simpatizantes de Mursi e o exército egípcio há duas semanas, informa o jornal Washington Post.
Com o acordo, os manifestantes pró-Mursi aceitariam abandonar seus acampamentos nas ruas em troca da promessa de não violência das
autoridades, afirma o jornal, que cita Bernardino León, representante da União Europeia (UE) para o Egito.
O acordo de paz, que também incluía uma investigação sobre alegações de violência, deveria ter resultado em negociações entre o governo interino e a Irmandade Muçulmana (movimento de Mursi), mas o ex-vice-presidente Mohamed El Baradei aparentemente não conseguiu convencer o comandante do exército, o general Abdel Fatah al-Sisi, afirmou León ao Post.
El Baradei renunciou ao cargo na quarta-feira, dia em que o governou iniciou a violenta repressão aos manifestantes.
== Manifestações ao redor do mundo ==
Milhares de manifestantes expressaram apoio neste sábado ao presidente deposto Mursi nas cidades turcas de Istambul e em Konya.
Uma bomba explodiu neste sábado diante do consulado do Egito em Benghazi, Líbia, provocando leves danos materiais, mas sem vítimas.
O Papa Francisco acompanha com "inquietação crescente as graves informações procedentes do Egito", segundo um comunicado da secretaria de imprensa do Vaticano.
"O Papa continua rogando e desejando o fim da violência e que as partes em conflito escolham a via do diálogo e da reconciliação", afirma a nota.
Cairo - A polícia egípcia retirou à força neste sábado os islamitas entrincheirados há várias horas em uma mesquita do centro do Cairo , em meio a um intenso tiroteio, no quarto dia de confrontos que já provocaram mais de 750 mortes no país.
Na quarta-feira, as autoridades decretaram estado de emergência no Egito e um toque de recolher noturno em algumas províncias do país, que virou um autêntico campo de batalha desde a desocupação à força dos acampamentos dos partidários do presidente deposto Mohamed Mursi no Cairo.
Os partidários de Mursi que permaneciam entrincheirados na mesquita do centro do Cairo foram desalojados, informaram à AFP fontes dos serviços de segurança.
Mas as forças de segurança ainda tentavam assumir o controle total do minarete da mesquita Al-Fath, a partir do qual, segundo a agência de notícias governamental MENA, atiradores disparavam contra as forças de segurança.
No fim da tarde não eram ouvidos mais tiros, segundo fontes dos serviços de segurança.
A polícia também atirava para o alto com o objetivo de dispersar os moradores que estavam fora da mesquita e agrediam os islamitas, que eram retirados do templo, em uma praça impregnada de gás lacrimogêneo.
Quase 1.000 pessoas chegaram a permanecer no interior da mesquita, segundo um dos islamitas, mas o número não pôde ser confirmado por uma fonte independente.
O confronto violento aconteceu no quarto dia de sangrentos distúrbios entre as forças de segurança, que receberam autorização de usar armamento letal contra os manifestantes hostis, e partidários do presidente islamita deposto Mohamed Mursi.
A polícia conseguiu retirar à força pelo menos sete homens da mesquita, no início de um ataque ao local, mas a multidão de moradores agrediu os simpatizantes de Mursi com pedaços de pau e barras de ferro.
Os confrontos entre as forças de segurança e manifestantes islamitas deixaram nas últimas 24 horas 173 mortos no Egito, após a convocação dos partidários de Mursi para uma "sexta-feira da ira", informou o governo neste sábado.
Os confrontos registrados durante a "sexta-feira da ira" também deixaram 1.330 feridos.
O filho de Mohamed Badie, Guia Supremo da Irmandade Muçulmana do Egito, morreu ao ser atingido por tiros nos confrontos de sexta-feira entre manifestantes e as forças de segurança no Cairo, informou o movimento neste sábado.
"Ammar, filho de Mohamed Badie, o Guia Supremo da Irmandade Muçulmana, morreu ao ser atingido por munição letal no massacre de ontem na Praça Ramsés da capital", afirma um comunicado do movimento.
Além disso, o irmão do líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, foi detido neste sábado no Egito por "apoio" ao deposto presidente islamita Mohamed Mursi, anunciaram fontes dos serviços de segurança.
Mohamed al-Zawahiri, egípcio que mora no Cairo, foi detido em Guizeh, subúrbio da capital, segundo as fontes, que pediram anonimato.
== Acordo de paz desperdiçado ==
Estados Unidos e seus aliados europeus e do Golfo estiveram perto de obter um acordo de paz entre os simpatizantes de Mursi e o exército egípcio há duas semanas, informa o jornal Washington Post.
Com o acordo, os manifestantes pró-Mursi aceitariam abandonar seus acampamentos nas ruas em troca da promessa de não violência das
autoridades, afirma o jornal, que cita Bernardino León, representante da União Europeia (UE) para o Egito.
O acordo de paz, que também incluía uma investigação sobre alegações de violência, deveria ter resultado em negociações entre o governo interino e a Irmandade Muçulmana (movimento de Mursi), mas o ex-vice-presidente Mohamed El Baradei aparentemente não conseguiu convencer o comandante do exército, o general Abdel Fatah al-Sisi, afirmou León ao Post.
El Baradei renunciou ao cargo na quarta-feira, dia em que o governou iniciou a violenta repressão aos manifestantes.
== Manifestações ao redor do mundo ==
Milhares de manifestantes expressaram apoio neste sábado ao presidente deposto Mursi nas cidades turcas de Istambul e em Konya.
Uma bomba explodiu neste sábado diante do consulado do Egito em Benghazi, Líbia, provocando leves danos materiais, mas sem vítimas.
O Papa Francisco acompanha com "inquietação crescente as graves informações procedentes do Egito", segundo um comunicado da secretaria de imprensa do Vaticano.
"O Papa continua rogando e desejando o fim da violência e que as partes em conflito escolham a via do diálogo e da reconciliação", afirma a nota.