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Polícia paraguaia investiga agente que escoltava brasileiro líder do PCC

Oficial da 4ª delegacia de Assunção atuava como segurança pessoal do traficante brasileiro Eduardo Aparecido de Almeida, conhecido como "Pisca"

O agente, identificado como Carlos Mendoza, cedeu seus documentos de identidade a "Pisca" para que este pudesse operar dentro do país (Josemar Goncalves/Reuters)

O agente, identificado como Carlos Mendoza, cedeu seus documentos de identidade a "Pisca" para que este pudesse operar dentro do país (Josemar Goncalves/Reuters)

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EFE

Publicado em 18 de julho de 2018 às 22h33.

Assunção - A Polícia Nacional do Paraguai informou nesta quarta-feira (18) através de um comunicado da abertura de uma investigação para esclarecer a relação de um de seus agentes com o chefe regional do Primeiro Comando da Capital (PCC) para o Paraguai e a Bolívia, detido hoje em Assunção.

Um policial de 27 anos, oficial da 4ª delegacia de Assunção, atuava como segurança pessoal do traficante brasileiro Eduardo Aparecido de Almeida, conhecido como "Pisca", um dos principais líderes do PCC no Paraguai.

O agente, identificado como Carlos Mendoza, também cedeu seus documentos de identidade a "Pisca" para que este pudesse operar dentro do país sem levantar suspeitas, graças à semelhança física entre eles.

Além da abertura da investigação, a direção da Polícia Nacional do Paraguai afastou o chefe e o subchefe da 4ª Delegacia de Assunção, que ficam à disposição da apuração do setor de Assuntos Internos.

A Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) confirmou a detenção hoje em Assunção de Almeida, contra quem há seis ordens de captura no Brasil por crimes relacionados com tráfico de drogas e armas, associação criminosa, sequestro e homicídios.

"Pisca", de 39 anos, foi acusado de ser um dos responsáveis, em 2006, pelo sequestro da mãe do ex-lateral Kléber, que na época defendia o Santos e passou também por Corinthians e Internacional, entre outros clubes.

Durante a operação policial que levou à prisão do traficante, ele tentou fugir pelos fundos da casa, localizada no bairro Herrera, próxima da sede da Controladoria Geral da República, mas foi interceptado.

Junto a Almeida e do policial foi detido outro cidadão brasileiro, suposto colaborador do traficante.

A Senad informou que Almeida será transferido nas próximas horas a Ciudad del Este por via aérea para ser expulso do Paraguai e entregue às autoridades brasileiras.

As primeiras investigações apontam que Almeida vivia no Paraguai com sua família, devido aos indícios encontrados durante a operação no imóvel na qual residia, situado em um rico bairro de Assunção e propriedade de Roberto Nani, ex-jogador do Cerro Porteño, segundo informou a imprensa local.

Além disso, os agentes têm informações de que Almeida e sua família visitaram "lugares turísticos e comerciais dentro do país" e levavam "uma vida tranquila", segundo a Senad.

Na operação de hoje, as autoridades apreenderam US$ 102.000 e quase 5 milhões de guaranis (US$ 877) em dinheiro, veículos e motos de luxo, relógios, vários telefones celulares e cartões de memória, mas não encontraram armas.

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