Restaurante em Havana, em 24 de setembro de 2021 (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 30 de setembro de 2021 às 14h50.
Última atualização em 30 de setembro de 2021 às 15h45.
As pequenas e médias empresas (PMEs) privadas e estatais recém-autorizadas em Cuba poderão se beneficiar de créditos em moeda estrangeira a partir da próxima segunda-feira, segundo resolução do Banco Central publicada no Diário Oficial.
A resolução, que entrará em vigor em três dias, estabelece que “as instituições financeiras podem conceder créditos em moeda estrangeira a cooperativas não agrícolas e a micro, pequenas e médias empresas”.
Até o momento, tanto as PMEs quanto as cooperativas não agrícolas só podiam ter acesso a empréstimos bancários em pesos cubanos.
Depois de 52 anos sem empresas privadas nacionais, o governo colocou em vigor no início de agosto as leis de funcionamento das MPMEs (micro, pequenas e médias empresas), privadas ou estatais, além das cooperativas não agrícolas.
Na quarta-feira, foi anunciada a aprovação das primeiros 35, das quais 32 são privadas, em uma economia predominantemente estatal.
A medida beneficiará os proprietários de PMEs e cooperativas não agrícolas obrigados a importar em moeda estrangeira os insumos de que necessitam ou a comprá-los nos poucos mercados atacadistas que existem na ilha e que operam em moedas livremente conversíveis (MLC, que pode ser convertida em moeda estrangeira).
“Notícia interessante (...) para conceder créditos MLC a MPMEs e CNAs”, destacou Oniel Díaz, chefe da consultoria Auge, no Twitter.
Interesante noticia que reseña una decisión publicada hoy en Gaceta: la de otorgarle créditos en MLC a MIPYMES y CNA. En vigor dentro de tres días.https://t.co/tc0TuyUSmv
— Oniel Diaz (@Onielcuba) September 30, 2021
Desde que o governo abriu uma rede de lojas, há dois anos, onde os cubanos só podem pagar com cartões de banco em moeda estrangeira, o preço do dólar americano disparou no mercado informal, onde é cotado a cerca de 65 pesos cubanos por unidade, mais do que o dobro da taxa oficial de 24.
Em meio à inflação galopante, os cubanos são obrigados a comprar dólar no mercado informal, já que não podem adquirir em bancos ou casas de câmbio do país.
As MPMEs privadas desapareceram em Cuba em 1968, quando Fidel Castro iniciou um modelo de Estado soviético e nacionalizado em sua "ofensiva revolucionária".
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