Mundo

Plano de May para Brexit é inaceitável, diz partido nacionalista irlandês

A primeira-ministra britânica, Theresa May, visita desde terça-feira a Irlanda na tentativa de obter apoio no acordo do Brexit

Brexit: "Diremos à senhora May que não haverá uma fronteira dura na ilha da Irlanda", afirmou a presidente do Sinn Féin (Clodagh Kilcoyne - WPA Pool/Getty Images)

Brexit: "Diremos à senhora May que não haverá uma fronteira dura na ilha da Irlanda", afirmou a presidente do Sinn Féin (Clodagh Kilcoyne - WPA Pool/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 12h19.

Dublin - O partido nacionalista irlandês Sinn Féin afirmou nesta quarta-feira que o plano do Brexit da primeira-ministra britânica, Theresa May, é"inaceitável" e defendeu a salvaguarda para manter aberta a fronteira entre as duas Irlandas após a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

A presidente Mary Lou McDonald fez essas declarações antes de se reunir em Belfast com a "premiê" conservadora, que iniciou na terça-feira uma visita de dois dias à província britânica da Irlanda do Norte para obter apoios ao seu roteiro para deixar o bloco comunitário.

"Deixaremos muito claro, de novo, que a salvaguarda, o protocolo irlandês, é a questão fundamental", ressaltou a líder do Sinn Féin, segunda força regional e principal representante da comunidade católica.

McDonald, pró-europeia e contrária ao "brexit", sustentou que sua posição é compartilhada por "todos os cidadãos"e a "classe política", com exceção, precisou, do ultraconservador Partido Democrático Unionista (DUP), majoritário entre a comunidade protestante e parceiro de May em Londres.

"Diremos à senhora May que não haverá uma fronteira dura na ilha da Irlanda e que o seu curso de ação é totalmente inaceitável para nós", acrescentou a presidente do Sinn Féin, antigo braço político do já inativo Exército Republicano Irlandês (IRA).

Ao começo ontem da visita, a primeira-ministra reiterou seu compromisso para evitar uma fronteira dura entre as duas Irlandas após a saída do bloco, mas também advertiu que o Parlamento pediu que retorne a Bruxelas para negociar alternativas à salvaguarda.

Além de se reunir com o Sinn Féin e o DUP, May manterá encontros com os líderes de outros três principais partidos da região, o Partido Social-Democrata Trabalhista (SDLP, nacionalista), o Partido Unionista do Ulster (UUP) e o multiconfessional Partido Aliança.

Com eles, May analisará também a paralisia política que afeta o Executivo autônomo, que permanece sem atividade desde janeiro de 2017 pelas diferenças entre o DUP e o Sinn Féin, acentuadas por causa das posições diante do "brexit".

Arlene Foster, a líder do DUP - cujos dez deputados em Westminster permitem a May governar em minoria -, qualificou a salvaguarda de "tóxica" porque, segundo sua opinião, provocará a ruptura "de todo o país" a médio e longo prazo.

Este mecanismo de segurança, incluído no pacto do "brexit" e rejeitado pelo Parlamento britânico, estabelece que se não houver um acordo comercial entre a UE e o Reino Unido ao final do período de transição, em dezembro de 2020, seguiriam em uma união aduaneira, mas a Irlanda do Norte teria um status especial mais alinhado com o mercado único europeu.

Acompanhe tudo sobre:BrexitIrlandaReino UnidoTheresa May

Mais de Mundo

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países