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Pesquisas põem PRI a um passo de voltar ao poder no México

Enrique Peña Nieto, candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), o grupo que monopolizou o poder no México de 1929 até 2000, é o favorito de todas as enquetes

O candidato do PRI à presidência do México, Enrique Peña Nieto: Peña Nieto, o favorito, deve parte de seu avanço na preferência eleitoral aos erros de campanha do adversário (Ronaldo Schemidt/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2012 às 14h56.

Cidade do México - As últimas pesquisas de intenção de voto dão como quase certa a vitória do Partido Revolucionário Institucional (PRI) nas eleições presidenciais no México , mas uma dúvida ainda persiste no país em relação a uma possível vitória da legenda: se ela manterá o perfil tradicional ou adotará uma nova visão.

Enrique Peña Nieto, candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), o grupo que monopolizou o poder no México de 1929 até 2000, é o favorito de todas as enquetes, com uma vantagem sobre seus opositores que deixa poucas dúvidas quanto ao resultado.

O candidato do PRI, de 45 anos, se impôs contra seus rivais graças a uma forte campanha midiática e aos erros de seus principais oponentes, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador e a candidata do partido governante, Josefina Vázquez Mota.

López Obrador, segundo as pesquisas, tentou se transformar em defensor de uma "república amorosa" na campanha para contrariar o perfil sombrio que carregava há seis anos, mas, segundo os analistas, não atingiu seu objetivo e parece ter alcançado seu máximo do eleitorado de esquerda.

O candidato, de 58 anos, é o único veterano em eleições presidenciais do pleito. Em 2006, ficou a apenas 0,56% de votos de Felipe Calderón, uma derrota que nunca reconheceu e à qual tentou resistir chamando o povo às ruas.

"Sua aposta em 2006 foi um disparate e um suicídio. Acho que (...) o preço será cobrado", declarou à Agência Efe o pesquisador para a América Latina do Real Instituto Elcano, Carlos Malamud.

López Obrador, líder do Partido da Revolução Democrática (PRD), recuperou as posições de seis anos atrás, quando, durante a campanha, advertiu sobre a possibilidade de haver uma fraude, algo que causou surpresa e foi utilizado por seus rivais para ressuscitar a imagem ameaçadora do passado.

Peña Nieto, o favorito, deve parte de seu avanço na preferência eleitoral aos erros de campanha de Vázquez Mota, do conservador Partido Ação Nacional (PAN).


Vázquez Mota, de 51 anos, precisou mudar de equipe pouco após o início da campanha eleitoral, no final de março, mas, sobretudo, não pôde aderir a nenhum partido para superar o desgaste no poder do PAN e as questões pendentes que Calderón deixa.

Mas a grande incógnita nas eleições mexicanas é se, caso eleito, o PRI governará com o perfil do passado, especialmente em relação à concentração do poder e a corrupção, ou se conduzirá o país com a ideia de modernidade que Peña Nieto quis vender durante a campanha.

"Os vícios do PRI têm origem em sua falta de autocrítica e de um compromisso crível com a legalidade e a honestidade", sustenta um dos principais analistas políticos mexicanos, Enrique Krauze."Décadas vendo-o agir em sentido oposto reforçam o ceticismo", acrescenta.

Durante a campanha eleitoral, Peña Nieto evitou ao máximo entrar no dilema do velho ou novo PRI: "A maioria dos que participam do partido representa uma nova geração, uma geração que cresceu na cultura democrática", afirmou em entrevista à Efe.

Mas seus rivais não concordam, e, inclusive, Vázquez Mota pensa que o PRI de hoje "é mais perigoso" do que quando perdeu o poder. "Hoje tem mais recursos econômicos nos governos locais. O poder presidencialista que havia antes se transferiu aos governos locais, e vimos a impunidade com que atuam", afirmou à Efe a candidata do PAN.

Segundo Malamud, "o temor pela vitória do PRI foi um pouco exagerado". O mesmo pensa o ex-presidente Vicente Fox, do PAN, que recebeu duras críticas de seu partido por afirmar, entre outras coisas, que é "uma farsa" pensar que se o PRI voltar ao poder voltará o autoritarismo, uma das principais teses de Vázquez Mota.

Polêmicas como essa desviaram uma campanha eleitoral que careceu de ideias fortes para resolver os principais problemas do país, em especial a violência gerada pelo crime organizado, que deixou dezenas de milhares de mortos desde 2006.

Quanto ao tema não houve grandes alternativas: reforçar as diversas forças policiais para tirar o exército das ruas gradualmente - mesmo esquema do núcleo da estratégia que Calderón sustentou desde que chegou ao poder, há quase seis anos.

Com a ausência de ideias novas, a campanha se viu surpreendida pelo surgimento de um movimento juvenil que tomou as ruas para protestar contra Peña Nieto, contra o aparato televisivo de que o candidato se beneficia e como sinal de repulsa à política obsoleta.

O movimento, conhecido como YoSoy132, que trouxe ar fresco à campanha, e a atenção em massa que os dois debates presidenciais despertaram, fazem pensar que, além do candidato eleito, alguém mais sairá ganhando no dia 1º de julho.

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Enrique Peña Nieto, candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), o grupo que monopolizou o poder no México de 1929 até 2000, é o favorito de todas as enquetes, com uma vantagem sobre seus opositores que deixa poucas dúvidas quanto ao resultado.

O candidato do PRI, de 45 anos, se impôs contra seus rivais graças a uma forte campanha midiática e aos erros de seus principais oponentes, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador e a candidata do partido governante, Josefina Vázquez Mota.

López Obrador, segundo as pesquisas, tentou se transformar em defensor de uma "república amorosa" na campanha para contrariar o perfil sombrio que carregava há seis anos, mas, segundo os analistas, não atingiu seu objetivo e parece ter alcançado seu máximo do eleitorado de esquerda.

O candidato, de 58 anos, é o único veterano em eleições presidenciais do pleito. Em 2006, ficou a apenas 0,56% de votos de Felipe Calderón, uma derrota que nunca reconheceu e à qual tentou resistir chamando o povo às ruas.

"Sua aposta em 2006 foi um disparate e um suicídio. Acho que (...) o preço será cobrado", declarou à Agência Efe o pesquisador para a América Latina do Real Instituto Elcano, Carlos Malamud.

López Obrador, líder do Partido da Revolução Democrática (PRD), recuperou as posições de seis anos atrás, quando, durante a campanha, advertiu sobre a possibilidade de haver uma fraude, algo que causou surpresa e foi utilizado por seus rivais para ressuscitar a imagem ameaçadora do passado.

Peña Nieto, o favorito, deve parte de seu avanço na preferência eleitoral aos erros de campanha de Vázquez Mota, do conservador Partido Ação Nacional (PAN).


Vázquez Mota, de 51 anos, precisou mudar de equipe pouco após o início da campanha eleitoral, no final de março, mas, sobretudo, não pôde aderir a nenhum partido para superar o desgaste no poder do PAN e as questões pendentes que Calderón deixa.

Mas a grande incógnita nas eleições mexicanas é se, caso eleito, o PRI governará com o perfil do passado, especialmente em relação à concentração do poder e a corrupção, ou se conduzirá o país com a ideia de modernidade que Peña Nieto quis vender durante a campanha.

"Os vícios do PRI têm origem em sua falta de autocrítica e de um compromisso crível com a legalidade e a honestidade", sustenta um dos principais analistas políticos mexicanos, Enrique Krauze."Décadas vendo-o agir em sentido oposto reforçam o ceticismo", acrescenta.

Durante a campanha eleitoral, Peña Nieto evitou ao máximo entrar no dilema do velho ou novo PRI: "A maioria dos que participam do partido representa uma nova geração, uma geração que cresceu na cultura democrática", afirmou em entrevista à Efe.

Mas seus rivais não concordam, e, inclusive, Vázquez Mota pensa que o PRI de hoje "é mais perigoso" do que quando perdeu o poder. "Hoje tem mais recursos econômicos nos governos locais. O poder presidencialista que havia antes se transferiu aos governos locais, e vimos a impunidade com que atuam", afirmou à Efe a candidata do PAN.

Segundo Malamud, "o temor pela vitória do PRI foi um pouco exagerado". O mesmo pensa o ex-presidente Vicente Fox, do PAN, que recebeu duras críticas de seu partido por afirmar, entre outras coisas, que é "uma farsa" pensar que se o PRI voltar ao poder voltará o autoritarismo, uma das principais teses de Vázquez Mota.

Polêmicas como essa desviaram uma campanha eleitoral que careceu de ideias fortes para resolver os principais problemas do país, em especial a violência gerada pelo crime organizado, que deixou dezenas de milhares de mortos desde 2006.

Quanto ao tema não houve grandes alternativas: reforçar as diversas forças policiais para tirar o exército das ruas gradualmente - mesmo esquema do núcleo da estratégia que Calderón sustentou desde que chegou ao poder, há quase seis anos.

Com a ausência de ideias novas, a campanha se viu surpreendida pelo surgimento de um movimento juvenil que tomou as ruas para protestar contra Peña Nieto, contra o aparato televisivo de que o candidato se beneficia e como sinal de repulsa à política obsoleta.

O movimento, conhecido como YoSoy132, que trouxe ar fresco à campanha, e a atenção em massa que os dois debates presidenciais despertaram, fazem pensar que, além do candidato eleito, alguém mais sairá ganhando no dia 1º de julho.

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