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Peru declara emergência em região onde protesto matou 4

O governo peruano declarou estado de emergência, por 30 dias, em três províncias da região de Apurímac e duas de Cuzco por protestos por projeto de mineração


	Janelas de Machu Picchu em Cuzco, Peru
 (Pilar Olivares/REUTERS)

Janelas de Machu Picchu em Cuzco, Peru (Pilar Olivares/REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2015 às 17h04.

Lima - O governo peruano declarou nesta terça-feira estado de emergência, por 30 dias, em três províncias da região de Apurímac e duas de Cuzco, por causa dos violentos confrontos pelo projeto de mineração de Las Bambas, que ontem deixaram quatro mortos e 15 feridos.

Um decreto supremo da presidência do Conselho de Ministros do Peru, publicado no diário oficial, informou que o estado de emergência estará em vigor nas províncias de Cotabambas, Grado, Andahuaylas e Chincheros de Apurímac, e em Chumbivilcas e Espinar, na região Cuzco.

A Polícia Nacional manterá o controle da ordem interna com o apoio das Forças Armadas.

Durante o estado de emergência estarão suspensos os direitos à liberdade e à segurança pessoais, à inviolabilidade do domicílio, à liberdade de reunião e de trânsito no território.

Representantes da direção de saúde da região peruana de Cuzco confirmaram hoje a morte de quatro pessoas por causa dos enfrentamentos de ontem no distrito de Chalhuahuacho.

Um porta-voz informou em entrevista coletiva que um homem morreu no centro de saúde de Chalhuahuacho e outros três no trajeto para hospitais da região de Cuzco, onde foram internados pelo menos 15 feridos.

A polícia interveio com gás lacrimogêneo em uma mobilização de organizações sociais que não aceitam a modificação do estudo de impacto ambiental do projeto Las Bambas, a cargo da operadora australiana MMG, filial externa da China Minmetals Corp.

O governador de Apurímac, Wilber Venegas, pediu ao Executivo o envio de uma comissão de alto nível à região para escutar as reivindicações dos habitantes e encontrar uma saída à tensão.

Na sexta-feira foi lançada uma greve em Cotabambas e Grado, convocada por líderes e autoridades locais.

Segundo representantes da Frente de Defesa do distrito de Tambobamba, a empresa mineradora modificou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projeto para instalar as unidades de processamento e do sistema de transporte de minério em Cotabambas, o que os fez temer que suas terras sejam afetadas.

O presidente do Peru, Ollanta Humala, disse ontem que lamentava "esta perda de vidas", mas ressaltou que seu governo "está fazendo sua parte" para atender a população dessas regiões.

Las Bambas é uma jazida licenciada para um consórcio formado pela MMG e CITIC Metal Co.

Segundo a empresa, Las Bambas tem reservas de 6,9 milhões de toneladas de cobre e 10,5 milhões de toneladas de recursos minerais, e a expectativa é que produza mais de dois milhões de toneladas de cobre concentrado em seus primeiros cinco anos.

A jazida está a mais de quatro mil metros acima do nível do mar, entre as províncias de Cotabambas e Grado, e se transformará em uma das maiores minas de cobre do mundo quando alcançar seu nível de produção pleno.

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