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Pedro Sánchez afirma que reconhecimento da Palestina é do 'interesse geopolítico da Europa'

Primeiro-ministro espanhl é o líder europeu mais crítico a respeito de Israel

Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha (Oscar Del Pozo/Getty Images)

Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha (Oscar Del Pozo/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 10 de abril de 2024 às 11h05.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, que tenta convencer os aliados europeus sobre a necessidade de reconhecer a Palestina como Estado, afirmou nesta quarta-feira no Congresso espanhol que a medida é do "interesse geopolítico da Europa".

A Espanha "está preparada para reconhecer o Estado palestino", acrescentou Sánchez, que nos próximos dias se reunirá com governantes da Noruega, Irlanda, Portugal e Eslovênia para tentar convencê-los a seguir o passo.

Em uma sessão no Congresso dos Deputados para falar sobre sua viagem recente ao Oriente Médio, Sánchez, o líder europeu mais crítico a respeito de Israel, falou sobre o conflito em Gaza.

"A resposta absolutamente desproporcional do governo israelense ao ataque terrorista do Hamas está derrubando décadas de direito humanitário e ameaça desestabilizar o Oriente Médio e, em consequência, todo o mundo", afirmou.

A audiência é algo habitual para o chefe de Governo em seu retorno de reuniões de cúpula europeias ou viagens diplomáticas, como a que o levou à Jordânia, Arábia Saudita e Catar entre 1 e 3 de abril.

A viagem, para abordar a guerra em Gaza, coincidiu e ficou marcada pela morte em um bombardeio israelense de sete voluntários da ONG World Central Kitchen, fundada por José Andrés, famoso chef espanhol radicado nos Estados Unidos.

Os voluntários estavam em Gaza para distribuir ajuda humanitária. Sánchez chamou a morte do grupo de "brutal".

Esta não foi a primeira crítica de Sánchez a Israel desde o início do conflito atual, em 7 de outubro, quando milicianos do Hamas procedentes da Faixa de Gaza executaram um ataque sem precedentes no sul de Israel e assassinaram 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados divulgados pelas autoridades israelenses.

Em represália, Israel iniciou uma ofensiva que deixou mais 33.000 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas desde 2007.

Críticas reiteradas a Israel

O político socialista intensificou as críticas a Israel e, em fevereiro, em conjunto com a Irlanda, pediu à União Europeia que avaliasse em caráter de urgência o acordo de associação com este país para examinar "se estão cumprindo os pontos essenciais da relação em termos de direitos humanos".

Antes, em novembro, Israel convocou sua embaixadora em Madri para consultas depois de Sánchez ter afirmado, em uma entrevista ao canal público TVE, que tinha "dúvidas francas" se Israel cumpria o "direito humanitário internacional".

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu chamou as declarações de "vergonhosas". A embaixadora de Israel na Espanha retornou ao posto em janeiro.

Também provocaram mal-estar em Israel algumas declarações dos aliados de extrema-esquerda de Sánchez no governo, que em novembro defenderam sanções e um embargo de armas a Israel.

Sánchez, como a maioria dos líderes ocidentais, defende a solução de dois Estados, ou seja, a criação de um Estado da Palestina que coexista pacificamente com o de Israel.

Em março, o espanhol se uniu a seus homólogos da Irlanda, Malta e Eslovênia para expressar a "disposição para reconhecer a Palestina".

Durante a viagem ao Oriente Médio, Sánchez disse aos jornalistas que o reconhecimento pode acontecer em breve.

"Temos que pensar seriamente em fazê-lo neste semestre", declarou o socialista.

O Congresso dos Deputados apoiou em 2014 o reconhecimento da Palestina, com o apoio de todas as bancadas, no momento em que o país era governado pelo conservador Partido Popular (PP).

A Espanha só estabeleceu relações diplomáticas com Israel em 1986, quase 40 anos após a criação do Estado.

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