Pequim - A inauguração do trem de alta velocidade entre Pequim e Xangai, a abertura da ponte sobre o mar mais longa do mundo e outros grandes eventos marcarão esta semana o 90º aniversário do Partido Comunista da China (PCCh), que governa a segunda economia mundial há 61 anos.

Fundado no dia 1º de julho de 1921 na concessão francesa de Xangai, em reunião clandestina para burlar a perseguição do Partido Nacionalista Kuomintang, o PCCh preparou também festas nas cidades e grandes superproduções que invadem os cinemas nos próximos meses.

Segundo os analistas, o regime chinês quer utilizar a data como pretexto para ressaltar publicamente as conquistas do sistema, em um ano difícil para Pequim no contexto internacional.

As críticas à situação dos direitos humanos, que aumentaram durante os meses de detenção irregular do dissidente Ai Weiwei, se uniram ao temor de que a China fosse contagiada pelas revoluções árabes.

Além disso, é preciso levar em conta que os atuais líderes chineses, entre eles o presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao, estão na reta final de suas carreiras, uma vez que deixam o poder em 2013, e querem aproveitar o aniversário para ligar suas gestões a uma imagem de prosperidade.

Na véspera do aniversário, o Governo chinês, que gosta de exibir seu poder com grandes obras de infraestrutura, inaugura dois projetos fundamentais para sua economia. O primeiro é o esperado trem de alta velocidade entre Pequim e Xangai, que unirá em um trajeto de cinco horas as duas principais cidades da China.

A segunda obra é a ponte Haiwan, na baía de Qingdao, que, com 42,5 quilômetros de extensão, será a ponte mais longa do mundo sobre o mar e facilitará o transporte por estrada em uma das províncias mais povoadas e desenvolvidas do país.

Ainda não está confirmado, mas é possível que a China aproveite o 1º de julho para testar em águas abertas o primeiro porta-aviões de sua Armada, após mais de meio século projetando este navio para aumentar o prestígio do Exército mais numeroso do mundo.

O aniversário vem acompanhado ainda de quase 30 filmes contando a história do PCCh, alguns protagonizados por astros chineses internacionais como Andy Lau e Chow Yun-fat, que chegam às salas de cinema nos próximos meses, implicando no adiamento de estreias mais comerciais de Hollywood.