Av. Paulista é palco das atividades do Dia Mundial sem Carro
Evento ocorre um dia após a cidade ter passado pelo segundo pior congestionamento do ano, com 254 quilômetros de tráfego lento às 19h de ontem
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2012 às 17h17.
São Paulo – As atividades do Dia Mundial sem Carro hoje (22), na cidade de São Paulo, tiveram como palco o canteiro central da Avenida Paulista, uma das vias mais importantes da capital. O ponto exato foi a Praça do Ciclista, conhecido local de encontro dos ativistas que pregam o uso da bicicleta como meio de transporte. Houve café da manhã, jogos de tabuleiro e bandas de rock e blues para marcar a data internacional que foi criada em 1997, na França.
O evento ocorre um dia após a cidade ter passado pelo segundo pior congestionamento do ano, com 254 quilômetros de tráfego lento às 19h de ontem (21). O maior índice de lentidão medido pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de 2012 foi no dia 1º de junho, quando 295 quilômetros de vias ficaram engarrafados.
O pesquisador em consumo sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), João Paulo Amaral, chama atenção para a constância dos grandes engarrafamentos na cidade. “Semanalmente nós estamos tendo esse problema”, disse. “Estão criando novas vias e viadutos para os carros, mas não funciona, o congestionamento só aumenta. Precisamos refletir sobre esse modelo que não está funcionando”, completou.
O problema é sem dúvida percebido pela população. Pesquisa da Rede Nossa São Paulo, divulgada no início da semana, apontou que 80% dos paulistanos acham o trânsito da cidade ruim ou péssimo. Segundo o estudo, os moradores da capital gastam em média duas horas e meia em seus deslocamentos diários.
Como opção para solucionar esses problemas, os participantes do Dia Mundial sem Carro defendem incentivo ao uso da bicicleta e do transporte público. “A gente não odeia o carro, a gente só quer uma cidade melhor, de maneira diferente”, ressaltou Heloísa Mota, fantasiada de carro de papelão.
De acordo com a pesquisa da Nossa São Paulo, 65% dos mais de 2 milhões de paulistanos que usam o carro diariamente disseram que deixariam de usar o veículo caso tivessem opção de transporte adequado.
Alguns, entretanto, abandonaram o carro mesmo sem a oferta da infraestrutura necessária. “Eu uso bastante a bicicleta, mas o governo da minha cidade não colabora”, declarou o biólogo Guilherme Carvalho, repetindo o bordão dos ativistas. “Então, eu continuo enfrentando o trânsito, os carros, as fechadas, os ônibus de São Paulo para me locomover de bicicleta, que eu tenho verificado que é o modo mais rápido, econômico e saudável”, ressaltou.