Mundo

Passada a trégua, Obama e Romney voltam à arena eleitoral

O presidente busca votos na Virgínia, onde realizará um comício, enquanto Romney viaja ao maior estado que ainda balança entre os dois candidatos, a Flórida

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2012 às 17h54.

Nova York - Depois da trégua de uma noite, em que o presidente Barack Obama e seu adversário republicano, Mitt Romney, trocaram piadinhas durante um jantar beneficente, os dois candidatos voltaram à arena, nesta sexta-feira, antes de começarem a preparação para seu terceiro e último debate, previsto para segunda-feira.

Cada candidato se dirigiu a um dos estados-chave faltando 18 dias para a eleição, que, de acordo com os analistas, ainda não está definida.

O presidente busca votos na Virgínia, onde realizará um comício, enquanto Romney viaja ao maior estado que ainda balança entre os dois candidatos, a Flórida, para celebrar um ato ao lado de seu companheiro de chapa, Paul Ryan.

Obama venceu nos dois estados em 2008, mas, como prova da acirrada disputa este ano, os dois estados ainda estão em jogo, com a Flórida pendendo para Romney, de acordo com a média de pesquisas realizadas pelo site RealClearPolitics.

Romney será recebido com boas notícias quando chegar à Flórida: o apoio do jornal Orlando Sentinel.

"Estamos pouco confiantes de que Obama seja mais bem sucedido conduzindo a economia e o orçamento nos próximos quatro anos", escreveram os editores. "Por essa razão, apesar de o termos apoiado em 2008, estamos recomendando Romney nesta disputa".

Obama foi alvo das críticas dos republicanos por não explicar exatamente o que fará nos próximos anos para melhorar a enfraquecida economia dos Estados Unidos.

Romney tem um plano de cinco pontos, mas os democratas afirmam que ele não apresentou dados específicos sobre esse projeto.


Enquanto isso, os candidatos optaram por trocar declarações mordazes. Os dois foram autocríticos no tradicional jantar no Al Smith Memorial, onde Obama ironizou a "soneca" que tirou no primeiro debate e Romney debochou de sua própria riqueza.

Os candidatos, usando elegantes smokings, se sentaram à mesma mesa separados apenas pelo arcebispo católico de Nova York, cardeal Timothy Dolan depois de trocarem sorrisos e apertos de mãos protocolares.

Em seu primeiro comentário, Romney afirmou que era muito bom para ele e sua esposa Ann, que usava um resplandecente vestido branco e negro, poder se vestirem com as roupas que costumam usar dentro de casa.

O presidente também começou com um tom de autocrítica, destacando que mostrou mais energia no segundo debate.

"Estava realmente mais descansado depois da longa e agradável soneca que tirei no primeiro debate", afirmou.

Depois de afirmar que a taxa de desemprego, agora em 7,8%, estava no nível mais baixo de seu mandato, acrescentou: "Não vou fazer piada agora, só achei que seria bom lembrar isso a todos".

Nesta sexta, Obama foi mais fundo nas piadinhas relacionadas a Romney, afirmando que seu adversário sofre de "Romnésia", já que, na última etapa da campanha presidencial, passou a defender ideias e valores contrários a convicções demonstradas no passado.

Segundo Obama, Romney quer que as pessoas acreditem que ele estava brincando quando fez declarações no passado visando a obter o apoio dos republicanos nas primárias.


"Ele disse que era o candidato ideal para o (movimento ultraconservador) Tea Party. Agora, de repente, diz: 'Quem, eu?'. Ele esquece das próprias posições tomadas e quer que vocês as esqueçam", afirmou o presidente ante os 9.000 assistentes reunidos no campus da Universidade de Fairfax (Virgínia).

"Temos que dar um nome a esta doença que o afeta. Acho que isso se chama 'Romnésia'!", afirmou, provocando gargalhadas no público.

"Vou agir para que ninguém mais se contagie", continuou Obama.

Apesar do bom desenho no segundo debate, Obama enfrentou na quinta-feira más notícias em relações às pesquisas, já que o presidente ficou sete pontos abaixo de Romney na enquete nacional diária de acompanhamento do Instituto Gallup.

O ex-governador republicano de Massachusetts lidera a pesquisa com 52% das intenções de voto contra 47% para Obama.

Mas nos dois estados ainda em dúvida, que são fundamentais para a reeleição de Obama, o presidente se mantém firme: em Iowa encabeça com 51% frente aos 43% de Romney e em Wisconsin tem 51% frente a 45%.

Se Obama conseguir manter Iowa e Wisconsin e conquistar Ohio, terá garantido seu segundo mandato.

Obama agora vai se entrincheirar em Camp David o fim de semana para se preparar para o debate de segunda e Romney fará a mesma coisa na Flórida.

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaEleições americanasEstados Unidos (EUA)Mitt RomneyPaíses ricosPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Pelo menos seis mortos e 40 feridos em ataques israelenses contra o Iêmen

Israel bombardeia aeroporto e 'alvos militares' huthis no Iêmen

Caixas-pretas de avião da Embraer que caiu no Cazaquistão são encontradas

Morre o ex-primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, aos 92 anos