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Partido governista do México aposta em novo rosto

O Partido Revolucionário Institucional do México está apostando em um novato de ficha limpa para tentar manter a Presidência nas eleições de julho

Bandeira do México  (Getty Images/Getty Images)

Bandeira do México (Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 27 de dezembro de 2017 às 16h21.

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - Assolado por alegações de corrupção, o Partido Revolucionário Institucional do México (PRI) está apostando em um novato de ficha limpa na tentativa de renovar sua imagem e manter a Presidência nas eleições de julho próximo.

Mas como nunca foi um membro do partido, o ex-ministro das Finanças e presidenciável José Antonio Meade enfrenta o desafio delicado de persuadir eleitores indecisos de que extirpará a corrupção sem alienar o apoio da base, que precisa para vencer.

A tarefa está se mostrando dura. A simbiose desconfortável limita a capacidade de Meade de ressaltar as qualidades que os caciques do PRI esperam superar as acusações de desfalque, fraude e compra de votos que vêm assombrando o partido durante o governo do presidente Enrique Peña Nieto.

Dependente da máquina partidária para conquistar votos, Meade precisa vestir a camisa do PRI e ao mesmo tempo distanciar sua campanha dos fracassos do governo em fim de mandato que também representa.

"Ele está entre a cruz e a espada", disse Andres Rozental, ex-vice-ministro das Relações Exteriores mexicano.

A Constituição não permite que Peña Nieto dispute a reeleição, e o partido governista de centro não escolherá seu candidato formalmente até 18 de fevereiro. Mas o PRI já se alinhou a Meade, que ocupou vários postos no gabinete em duas gestões opostas antes de anunciar sua candidatura no mês passado.

Meade, um tecnocrata que domina as minúcias da economia, lançou sua campanha para a candidatura do PRI usando um sombrero de palha decorado com o vermelho e o verde da bandeira de San Juan Chamula, cidade pequena e pobre do sul do país, em 14 de dezembro.

Meade citou Peña Nieto em seu discurso, que pediu um "México seguro e justo", mas não detalhou políticas nem abordou a corrupção diretamente. Assim como o presidente, ele disse que a prática precisa ser atacada fortalecendo as instituições.

Em eventos subsequentes para cortejar os fiéis do partido, ele continuou a delinear sua visão em termos gerais, provocando espanto em alguns de seus apoiadores.

"É uma campanha típica do PRI", opinou um parlamentar pró-Meade, sacudindo a cabeça.

Uma pesquisa do instituto Parametria publicada em 19 de dezembro o mostra 11 pontos percentuais atrás do favorito Andrés Manuel López Obrador, ex-prefeito de esquerda da Cidade do México que vem criticando a corrupção e a desigualdade há anos.

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