Mundo

Partido escocês acusa May de hipocrisia e defende referendo

A premiê britânica acusou o partido de ameaçar sacrificar o país em nome da tentativa de independência

Escócia: o porta-voz citou a "obsessão constitucional de seu governo por um Brexit duro" (Andy Buchanan/AFP)

Escócia: o porta-voz citou a "obsessão constitucional de seu governo por um Brexit duro" (Andy Buchanan/AFP)

E

EFE

Publicado em 3 de março de 2017 às 13h21.

Londres - O Partido Nacionalista Escocês (SNP) acusou nesta sexta-feira a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, de hipocrisia por suas afirmações de que a legenda estaria "obcecada" com a independência, enquanto ela faz o mesmo em relação ao "'Brexit' duro", ao defender a saída total da União Europeia (UE) e do mercado único, afirmou o vice-líder do partido Angus Robertson.

O porta-voz do SNP na Câmara dos Comuns lembrou que seu partido, que governa a Escócia, tem "um mandato democrático de aço para (convocar) um referendo de independência se este for o caminho escolhido" para proteger os interesses dos escoceses.

Em comunicado, Robertson criticou o discurso pronunciado hoje por May durante o congresso do Partido Conservador em Glasgow, no qual a premiê disse que "o único propósito" do SNP, da primeira-ministra Nicola Sturgeon, é conseguir a independência, em detrimento das necessidades básicas da região.

"Foi um discurso irônico, hipócrita e surrealista de Theresa May, que antes do referendo sobre a UE apoiou uma campanha que advertia que deixar a União Europeia seria um desastre e agora está decidida a nos arrastar por um 'Brexit' duro, que seria economicamente catastrófico", afirmou o político escocês.

"Theresa May demonstra uma hipocrisia alucinante, pois é a obsessão constitucional de seu governo por um 'Brexit duro', o que está ameaçando diretamente o emprego e a subsistência na Escócia", acrescentou Robertson.

Nestas circunstâncias, o SNP "tem o dever de defender a Escócia e de ter um plano para proteger os interesses nacionais vitais", disse o porta-voz do SNP na Câmara dos Comuns.

Robertson lembrou que seu partido tem "um mandato democrático de aço" para convocar um segundo referendo de independência, após o de 2014, pois incluiu em seu manifesto eleitoral de 2016 que o mesmo seria porposto se "a Escócia fosse retirada da União Europeia contra sua vontade".

"As pesquisas indicam que há uma maioria favorável a um referendo de independência vinculado ao 'Brexit', enquanto menos de um quarto do eleitorado se opõe" à realização de uma consulta, garantiu o político.

"A reivindicação da primeira-ministra de que o Reino Unido é uma família de nações soa vazia quando as genuínas ofertas de consenso do governo escocês foram ignoradas", acrescentou o deputado.

O governo escocês apresentou ao de Londres um plano para manter o lugar da Escócia na Europa, que inclui a permanência da região no mercado único, depois que os escoceses votaram majoritariamente a favor da permanência na UE no referendo britânico de 23 de junho.

May sustenta que estudará esse plano, mas já anunciou que sua intenção é retirar o Reino Unido completamente da União Europeia e também do mercado único.

Acompanhe tudo sobre:EscóciaReino UnidoTheresa May

Mais de Mundo

No Dia do Trabalho americano, Harris e Biden participam de evento com sindicatos da Pensilvânia

Empresa cria âncoras por IA na Venezuela para proteger jornalistas

Tribunal da Venezuela ordena prisão do opositor Edmundo González Urrutia

Volkswagen pode fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez em 87 anos

Mais na Exame