Falta de remédios: oposição a Maduro na Venezuela vai tentar recorrer à OMS para suprir falta de remédios e equipamentos cirúrgicos no país (Miguel Medina/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2016 às 18h25.
O parlamento da Venezuela solicitará nesta terça-feira junto à Organização Mundial de Saúde (OMS) em Washington o envio de ajuda humanitária ao país, alegando escassez de remédios e produtos médicos - informou o deputado Luis Manuel Olivares.
"Viemos (...) solicitar formalmente a ajuda humanitária para a Venezuela em termos de remédios e material médico cirúrgico", disse Olivares à AFP. Ele é presidente da subcomissão de Saúde da Assembleia Nacional, controlada pela oposição.
Qualquer envio de assistência internacional para a Venezuela irá necessitar de um acordo entre a OMS e o governo venezuelano, "mas estamos cumprindo nossa responsabilidade e com o mandato que a Assembleia me deu para fazer a solicitação", disse o parlamentar e também médico, que está na capital dos Estados Unidos.
"Já ficará nas mãos da OMS fazer o envio e do governo venezuelano aceitar ou não aceitar", afirmou.
O bloco de oposição, que controla dois terços da Assembleia Nacional desde este ano, concordou em janeiro em exigir do presidente Nicolas Maduro uma declaração de "crise humanitária em saúde", alegando falhas graves de atenção pela falta de medicamentos e equipamentos médicos essenciais que atinge 90% dentro da "pior crise da história".
Olivares disse que entregará relatos, estudos e estatísticas à OMS, mostrando a deterioração dos índices de saúde.
"Hoje morrem venezuelanos por falta de remédios e produtos médicos em hospitais públicos", disse o deputado, que estima que os níveis de escassez tenham dobrado nos últimos três anos com a queda nas importações no país petroleiro, afetado pelos baixos ingressos.
Olivares também denunciará o "sequestro" do escritório da OMS em Caracas por parte de sua diretora, Celia Riera, já que, segundo ele, não atende às reivindicações e alegações da oposição e é tendenciosa para o governo de Maduro. "É uma cubana que atende ao governo", afirmou.