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Parlamento romeno elege Victor Ponta como primeiro-ministro

Ponta e seu Gabinete obtiveram o apoio de 284 dos 460 deputados e senadores da Câmara

O novo primeiro-ministro substitui no cargo o conservador Mihai Razvan Ungureanu (Flickr/Creative Commons)

O novo primeiro-ministro substitui no cargo o conservador Mihai Razvan Ungureanu (Flickr/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2012 às 21h04.

Bucareste - O social-democrata Victor Ponta foi eleito pelo Parlamento nesta segunda-feira como novo primeiro-ministro da Romênia, dez dias depois de o presidente do país, o conservador Traian Basescu, ter lhe designado para formar um novo Executivo e superar a crise provocada pela queda do governo anterior.

Ponta e seu Gabinete, formado principalmente por membros da coalizão União Social Liberal (USL, dos social-democratas e liberais), obtiveram o apoio de 284 dos 460 deputados e senadores da Câmara, segundo informou a televisão pública ''TVR''.

''Para o futuro governo é essencial o respeito aos compromissos assumidos com os parceiros e as instituições internacionais, mas, em igual medida, o respeito aos compromissos com os romenos'', declarou Ponta no legislativo, em referência aos acordos de governos anteriores com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O novo primeiro-ministro substitui no cargo o conservador Mihai Razvan Ungureanu, cujo Gabinete caiu no dia 27 de abril por causa de uma moção de censura do USL, após apenas três meses no poder.

Dessa forma, a Romênia tem a sua segunda mudança de governo neste ano, e muda também de orientação política após quase oito anos de primeiros-ministros de centro-direita, e a apenas seis meses das eleições legislativas que têm a USL como a grande favorita.

A figura mais destacada do governo de Ponta é o ministro das Finanças, Florin Georgescu, um tecnocrata que não é membro da USL e até o momento era vice-governador do Banco Nacional.

Profissional respeitado e com experiência, Georgescu estará encarregado de negociar com o FMI a aplicação dos compromissos de austeridade assumidos por Bucareste.


Um dos pontos chave do programa do governo de Ponta se refere à continuidade dos acordos com o FMI, que levaram à aplicação de duras políticas de austeridade, muito criticadas por Ponta quando estava na oposição.

Romênia recebeu em 2009 um crédito internacional de 20 bilhões de euros por dois anos da troika composta pelo FMI, União Europeia (UE) e Banco Mundial (BM).

Desde 2011 o país tem com essas instituições um acordo creditício preventivo por dois anos, que lhe permite, em caso de necessidade, ter acesso a 5 bilhões de euros.

Georgescu negociou com o FMI um objetivo de déficit de 2,25% para 2012, para cumprir o limite de 3% estipulado com este organismo e contemplado no pacto fiscal europeu.

Ponta recebeu sinal verde do FMI para subir os salários dos funcionários em 8% no mês de junho. Até o final do ano haverá um aumento de mais de 15%, voltando assim ao nível salarial anterior ao drástico corte de 25% aplicado pelo governo conservador em 2010.

O primeiro-ministro Ponta e o presidente Basescu começam nesta segunda-feira uma convivência difícil, entre duas figuras que mantiveram uma áspera relação nos últimos anos, na qual não faltaram insultos pessoais.

Ponta afirmou que ''o governo não será dirigido do Palácio de Cotroceni'' (palácio presidencial), em alusão a uma alegada submissão dos primeiros-ministros conservadores às imposições de Basescu.

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