Parlamento da Ucrânia rejeita renúncia de primeiro-ministro
O novo presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski, pediu a renuncia do primeiro-ministro e dos ministros assim que assumiu o cargo
EFE
Publicado em 30 de maio de 2019 às 15h43.
Última atualização em 30 de maio de 2019 às 15h51.
Kiev — O parlamento da Ucrânia rejeitou nesta quinta-feira a renúncia do primeiro-ministro do país, Vladimir Groisman, que, caso fosse aceita, representaria a dissolução total do governo.
Apenas 97 deputados votaram a favor da renúncia de Groisman, quando eram necessários pelo menos 226 votos. O primeiro-ministro anunciou sua renúncia em 20 de maio, o mesmo dia da posse do presidente Vladimir Zelenski.
"Nunca me apeguei ao cargo", disse Groisman aos deputados em um discurso antes da votação de hoje.
O primeiro-ministro lembrou que o novo presidente da Ucrânia pediu sua demissão e de todos os ministros assim que assumiu o cargo, por isso apresentou imediatamente sua renúncia.
"Estou convencido que, após as eleições presidenciais, novas possibilidades de consolidação se abriram diante de nós para tomarmos as decisões necessárias para mudar nosso sistema político, que não é eficiente", disse Groisman.
Zelenski, por sua vez, enviou nesta quinta-feira ao parlamento os pedidos para destituir os ministros de Relações Exteriores, Pavlo Klimkin, e Defesa, Stepan Poltarak, além do diretor do Serviço de Segurança, Vasili Gritsak.
A demissão desses funcionários só é possível com a aprovação do parlamento, que, embora tenha sido dissolvido pelo presidente ucraniano na semana passada, continuará de forma interina até que os deputados que forem escolhidos nas eleições antecipadas de 21 julho tomem posse. Inicialmente, as eleições parlamentares deveriam acontecer somente em 27 de outubro.
Zelenski, que ainda não conta com uma bancada parlamentar própria, alegou que é necessário renovar a legislatura por causa da falta de confiança da população no parlamento, e espera que sua vitória arrasadora no segundo turno, com mais de 73% dos votos, lhe permita conseguir um grande número de cadeiras.
De acordo com as pesquisas, o partido criado pelo presidente ucraniano, Servo do Povo, é o claro favorito para vencer o pleito parlamentar, com 44% das intenções de voto. No entanto, essa votação poderia ser insuficiente para formar governo sozinho, porque apenas metade dos 450 deputados são eleitos por listas de partidos.
Os outros 250 deputados são eleitos nos distritos eleitorais por votação majoritária. Assim, um partido recém-criado e sem figuras de peso em nível local fica em clara desvantagem se comparado aos grupos políticos consolidados.