Mundo

Parlamentares pró-democracia são intimados e presos em Hong Kong

Legisladores foram intimados a se apresentarem em delegacias neste sábado para serem presos

Hong Kong lawmaker Gary Fan enters police headquarters after being notified of his arrest in Hong Kong, China, November 9, 2019. REUTERS/Thomas Peter (Thomas Peter/Reuters)

Hong Kong lawmaker Gary Fan enters police headquarters after being notified of his arrest in Hong Kong, China, November 9, 2019. REUTERS/Thomas Peter (Thomas Peter/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de novembro de 2019 às 15h12.

Sete parlamentares pró-democracia de Hong Kong estão presos ou poderão ser presos neste sábado, 9, na mais recente ação da polícia local, aumentando a indignação popular na ex-colônia britânica. Na sexta-feira, 8, a morte do estudante Alex Chow em decorrência de repressão policial gerou mais protestos contra o governo.

Segundo comunicado da polícia, três dos sete parlamentares foram em maio, acusados de obstruir uma assembleia local sobre um projeto lei de extradição de cidadãos suspeitos à China. Os outros legisladores foram intimados a se apresentarem em delegacias neste sábado para serem presos.

Os parlamentares criticaram a repressão do governo e avaliam que o movimento foi calculado, com o objetivo de provocar mais violência e resultar no adiamento ou cancelamento das eleições locais, marcadas para 24 de novembro. A votação é vista como termômetro do sentimento da população a respeito do território semi-autônomo chinês.

"Diremos não a seus planos", afirmou a parlamentar Tanya Chan, durante coletiva. "É um referendo de fato para todos os eleitores de Hong Kong votarem e dizerem não à brutalidade policial e ao nosso sistema injusto", destacou.

Segundo ela, a eleição também será uma mensagem crucial a Pequim, acusada por manifestantes de interferir nas liberdades e direitos de Hong Kong, estabelecidos quando a ex-colônia britânica voltou ao controle chinês, em 1997.

Gary Fan, um dos legisladores que foi intimado pela polícia, afirmou que sua prisão é uma tática para aumentar os ânimos e indignação popular. "As pessoas podem ver, claramente, que Carrie Lam (líder de Hong Kong) está se escondendo atrás da polícia e agora utiliza o sistema legal contra o movimento popular."

O secretário para Assuntos Constitucionais de Hong Kong, Patrick Nip, negou que as prisões estejam ligadas à eleição. Nip afirmou que o governo pretende conduzir a votação de maneira tranquila e pacífica.

Na sexta-feira, centenas de pessoas participaram de manifestações, pedindo verdade e justiça em nome de Alex Chow, o estudante que morreu em decorrência de repressão policial.

Mais protestos são aguardados para este fim de semana. Embora as circunstâncias da morte de Chow ainda não tenham sido completamente esclarecidas, muitos cidadãos culpam a polícia, acusada de aplicar táticas violentas contra a população, como o uso frequente de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.

Acompanhe tudo sobre:ChinaHong Kong

Mais de Mundo

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países

Trump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicos