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Para Putin, Copa prova fracasso das sanções contra a Rússia

Para o professor russo Sergei Medvedev, sediar a Copa do Mundo ilustra o fracasso das sanções e o fracasso dos esforços ocidentais para isolar o país

Putin: a Copa do Mundo de 2018 começa no dia 14 de junho (Reuters/Sergei Karpukhin/Reuters)

Putin: a Copa do Mundo de 2018 começa no dia 14 de junho (Reuters/Sergei Karpukhin/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de junho de 2018 às 09h51.

Moscou - Vladimir Putin tem poucas esperanças de acabar com as sanções ocidentais contra a Rússia e é visto por muitos no Ocidente como um pária, por isso a Copa do Mundo deste mês é um momento bem-vindo sob os holofotes globais.

Aos olhos do presidente russo, a competição envia uma mensagem de desafio ao mundo e ao seu próprio povo que combina com sua retórica: a Rússia está progredindo apesar do empenho do Ocidente para contê-la.

"Para Putin, sediar a Copa do Mundo ilustra o fracasso das sanções e o fracasso dos esforços ocidentais para isolá-lo", disse o professor Sergei Medvedev, da Escola Superior de Economia de Moscou, referindo-se às sanções ocidentais impostas à Rússia depois que o país anexou a Crimeia da Ucrânia em 2014.

"Apesar de tudo isso, (sua mentalidade é) ainda temos a Crimeia, estamos desenvolvendo nossa agenda e mesmo assim vejam, todos vieram à Copa do Mundo", disse Medvedev.

Putin não quer que os russos pensem que seu país está isolado porque isso poderia minar sua narrativa da Rússia como uma grande potência influente que tem voz na decisão de questões globais.

Trinta e duas seleções competirão no torneio de 14 de junho a 15 de julho, sediado na Rússia pela primeira vez na história da Copa do Mundo a um custo oficial de 11 bilhões de dólares.

Uma autoridade de alto escalão do governo russo, que não quis ser identificada por não ter autorização para falar à mídia, disse que o torneio é o mais recente de uma série de eventos que mostram que as tentativas ocidentais de isolar Moscou estão fracassando.

"Se isto é isolamento, estamos gostando", ironizou o funcionário.

Pesquisas apontam que a mensagem de Putin, segundo a qual a Rússia está em alta apesar de um Ocidente hostil, ressoa entre os eleitores. Ela é amplificada por autoridades governamentais que passaram meses se queixando de um complô ocidental para desacreditar a Copa do Mundo russa.

"Quanto mais forte é a campanha antirrussa antes da Copa do Mundo, mais as pessoas ficarão genuinamente maravilhadas quando virem que não há arame farpado nos estádios", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, aos repórteres no mês passado.

Uma insinuação feita em março pelo chanceler britânico, Boris Johnson, de que Putin usará o Mundial para fortalecer a imagem de seu país como Adolf Hitler fez com a Olimpíada de 1936 na Alemanha nazista foi vista como uma prova de que o Ocidente quer estragar a festa russa.

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