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Papa proclama 19 novos cardeais, incluindo dom Orani

Francisco pediu que os novos cardeais tenham "valor" e "compaixão" ante "a dor e o sofrimento de tantos países do mundo"


	O papa Francisco cumprimenta o cardeal brasileiro dom Orani durante cerimônia na basílica de São Pedro do Vaticano: a cerimônia durou duas horas
 (REUTERS/Max Rossi)

O papa Francisco cumprimenta o cardeal brasileiro dom Orani durante cerimônia na basílica de São Pedro do Vaticano: a cerimônia durou duas horas (REUTERS/Max Rossi)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2014 às 10h53.

O papa Francisco proclamou neste sábado, durante uma cerimônia solene na basílica de São Pedro, que contou com a presença do papa emérito Bento XVI, os 19 primeiros cardeais de seu pontificado, incluindo o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta.

"A igreja precisa de nós para que sejamos homens de paz e construamos a paz", afirmou o papa aos novos cardeais, antes de pedir que tenham "valor" e "compaixão" ante "a dor e o sofrimento de tantos países do mundo".

Francisco compareceu à imensa basílica para a "criação" (termo religioso) dos primeiros cardeais de seu pontificado, inaugurado em março de 2013.

A cerimônia, que teve duas horas, uma das mais solenes da Igreja, contou com a presença de do papa emérito Bento XVI , de 86 anos, que retornou à basílica de São Pedro pela primeira vez para um ato público.

Vestido de branco e um pouco curvado, o primeiro papa a renunciar em sete séculos, chamava a atenção na primeira fila ao lado dos demais cardeais, alguns designados por ele, que usavam a tradicional vestimenta vermelha.

Os dois pontífices, em um fato extraordinário na história recente da Igreja, trocaram um abraço caloroso.

O ritual começou com a tradicional frase em latim para a "criação de cardeais" pelo papa, que vestia simples paramentos brancos com alguns adornos dourados.

Entre os 19 novos cardeais, 16 têm direito a voto em caso de conclave para a eleição de um novo pontífice, incluindo o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta.


Três dos 19 novos "príncipes da Igreja" não são eleitores, já que têm mais de 80 anos.

Ume deles, Loris Francesco Capovilla, de 98 anos, secretário privado do papa João XXIII, figura emblemática da renovação da Igreja em meados do século XX, não compareceu à cerimônia por motivos de saúde.

- Cerimônia comovente -

Os novos cardeais receberam das mãos do papa um anel, símbolo do novo compromisso universal com a Igreja, e o solidéu cardinalício, vermelho como o sangue dos mártires que deram a vida para defender a fé.

Os novos purpurados vestiam os trajes solenes vermelhos litúrgicos e estavam emocionados, em particular os seis latino-americanos, região de Francisco e que abriga metade dos católicos no mundo, mas que possui uma representação pequena na hierarquia da Igreja.

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, estava à frente da grande delegação do país que acompanhou a cerimônia.

Especialmente emotiva foi a entrega do solidéu ao sucessor de Francisco em Buenos Aires, Mario Poli.


- Um colégio menos eurocentrista

Com as designações, o papa argentino modifica, sem chegar a iniciar uma revolução, o equilíbrio interno do colégio cardinalício, órgão mais importante da Igreja, ao torá-lo menos eurocentrista.

Os europeus continuam como a maioria no colégio de cardeais, com 61 eleitores, mas a América Latina conta agora com 19, cinco deles do Brasil, e a América do Norte com 15.

África e Ásia contarão cada uma com 13 cardeais com direito a voto e a Oceania com apenas um.

Com as novas criações, o número de membros do Sagrado Colégio chega a 218, dos quais 122 são "eleitores" no caso de conclave.

No domingo, Francisco celebrará a missa na basílica de São Pedro com os novos cardeais, que também são designados para uma igreja em Roma.

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