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Papa convoca reunião episcopal para falar de abusos a menores

O papa enfrenta uma grande crise por conta dos escândalos de abusos sexuais envolvendo religiosos em vários países do mundo

Papa Francisco: a reunião vai acontecer no conselho de cardeais que ajuda o papa Francisco na reforma do Vaticano (Denis Balibouse/Reuters)

Papa Francisco: a reunião vai acontecer no conselho de cardeais que ajuda o papa Francisco na reforma do Vaticano (Denis Balibouse/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de setembro de 2018 às 16h13.

Última atualização em 12 de setembro de 2018 às 16h17.

O papa Francisco convocou para fevereiro de 2019 uma reunião no Vaticano de todos os presidentes das Conferências Episcopais para abordar a questão da "proteção de menores", anunciou a Santa Sé nesta quarta-feira (12).

A reunião acontecerá entre 21 e 24 de fevereiro de 2019, de acordo com um comunicado do "C9", o conselho de cardeais que ajuda o papa Francisco na reforma do Vaticano.

Há meses, o papa Francisco enfrenta uma crise sem precedentes pelas contínuas revelações de escândalos de abusos sexuais em vários países, em particular Austrália, Chile e Estados Unidos.

O ex-embaixador da Santa Sé monsenhor Carlo María Vigano chegou a pedir a renúncia do papa em agosto, após acusar Francisco de ter protegido durante cinco anos o cardeal americano Theodore McCarrick, suspeito de agressões sexuais contra seminaristas e clérigos.

O papa receberá na quinta-feira os principais membros da Conferência Episcopal americana: seu presidente, o cardeal Daniel DiNardo; seu vice-presidente, monsenhor José Horacio Gómez; e seu secretário-geral, monsenhor Brian Bransfield.

Também estará presente o arcebispo de Boston, Sean O'Malley, presidente da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores.

A comissão de O'Malley já havia advertido no domingo que a luta contra os abusos a menores deveria ser a "prioridade" da Igreja Católica.

Escândalo na Alemanha

O escândalo dos abusos, que domina o pontificado de Francisco, não mostra sinais de diminuir. Nesta quarta-feira, a Conferência Episcopal alemã reconheceu que se sentia "consternada e envergonhada" após o vazamento de um estudo que revela que milhares de crianças sofreram abusos sexuais pelas mãos de sacerdotes entre 1946 e 2014.

Na segunda-feira, em uma declaração incomum, o "C9" mencionou uma reflexão sobre a estrutura e composição do Conselho criado por Francisco pouco após a sua eleição, em 2013, assinalando "a idade avançada de alguns de seus membros".

Uma porta-voz da Santa Sé, que apresentou nesta quarta os resultados da reunião do "C9", não assinalou nenhuma mudança imediata na integração neste Conselho.

Mas todos os olhares se centram no chileno Francisco Javier Errazuriz, de 85 anos, apontado de ter ignorado as acusações das vítimas de pedofilia por sacerdotes em seu país, e no australiano George Pell, de 77 anos, que enfrenta acusações judiciais por agressões sexuais contra crianças em seu país.

Recentemente, o papa aceitou a renúncia do monsenhor Juan José Pineda, bispo auxiliar de Tegucigalpa, capital de Honduras, cujo nome aparece envolvido em diversos temas de índole sexual. O monsenhor Pineda era considerado o braço direito do cardeal hondurenho Óscar Maradiaga, que está à frente do "C9".

Todos os membros atuais do Conselho tinham "agendado" a data da próxima reunião, prevista para 10 e 12 de dezembro, declarou a porta-voz do Vaticano, Paloma Ovejero.

O Vaticano assegurou na segunda-feira que publicará "esclarecimentos" sobre os raivosos ataques de Vigano contra o papa, mas a porta-voz não quis dar detalhes sobre a data.

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