Palestinos querem paz em 12 meses com Israel
O projeto de resolução "afirma a urgência de se alcançar uma paz global, justa e duradoura" em um prazo de doze meses
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 05h52.
Nova York - Os palestinos apresentaram nesta quarta-feira ao Conselho de Segurança das Nações Unidas um projeto de resolução que "afirma a urgência de se alcançar uma paz global, justa e duradoura" em um prazo de doze meses.
O texto, obtido pela AFP, menciona como um dos "parâmetros" de uma solução negociada "a retirada completa e por etapas das forças de segurança israelenses, para terminar com a ocupação que começou em 1967 (...), em um prazo razoável, que não deverá ir além do final de 2017".
Ambas exigências são, a priori, dificilmente aceitáveis para os Estados Unidos, que ameaçam utilizar seu direito de veto, assim como para Israel .
O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansur, anunciou que os palestinos estão dispostos a realizar mudanças no texto e que podem esperar antes de submetê-lo a voto, contrariando altos dirigentes palestinos de Ramallah, na Cisjordânia.
Mansur destacou que os palestinos "não fecham a porta ao prosseguimento das negociações", inclusive "com os Estados Unidos, se eles desejarem", para modificar o texto.
Sob a pressão dos europeus e dos países árabes, principalmente Jordânia, os palestinos aceitaram prosseguir com as negociações, incluindo com os EUA, para atingir um texto de consenso que possa ser aceito pelo Conselho.
Kerry defende um texto "pensado"
Há semanas que os países europeus buscam um texto de consenso que satisfaça os palestinos e seja aceitável para Washington e para Israel, o que exige uma proeza diplomática e explica a dificuldade das negociações.
Washington não terá qualquer restrição se os palestinos apresentarem uma resolução "pensada" à ONU, desde que o texto não aumente as tensões com Israel, revelou nesta quarta-feira o secretário americano de Estado, John Kerry.
Ao apresentar o texto, apesar das advertências dos Estados Unidos, os palestinos não escondem sua impaciência com a incapacidade de Kerry para obter avanços diplomáticos.
"Já estamos fartos" das conversas bilaterais com Israel, explicou Mohammad Shtayyeh, ligado ao presidente palestino, Mahmud Abbas.
Os palestinos querem aproveitar o crescente apoio da Europa, reforçado nesta quarta-feira pelo Parlamento Europeu, que se manifestou favorável ao reconhecimento de um Estado palestino, seguindo os passos dos parlamentos de França, Espanha, Grã-Bretanha e Portugal.
Em qualquer caso, mesmo que fracassem todas estas iniciativas, "a questão palestina não vai desaparecer por si só", prometeu Mansur, que prevê neste caso "uma nova fase".
Na segunda-feira, durante a assembleia de estados-membros da Corte Penal Internacional (CPI), Mansur confirmou a vontade de se unir, no "momento oportuno", a este tribunal para acusar Israel por crimes de guerra na Faixa de Gaza.
Nova York - Os palestinos apresentaram nesta quarta-feira ao Conselho de Segurança das Nações Unidas um projeto de resolução que "afirma a urgência de se alcançar uma paz global, justa e duradoura" em um prazo de doze meses.
O texto, obtido pela AFP, menciona como um dos "parâmetros" de uma solução negociada "a retirada completa e por etapas das forças de segurança israelenses, para terminar com a ocupação que começou em 1967 (...), em um prazo razoável, que não deverá ir além do final de 2017".
Ambas exigências são, a priori, dificilmente aceitáveis para os Estados Unidos, que ameaçam utilizar seu direito de veto, assim como para Israel .
O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansur, anunciou que os palestinos estão dispostos a realizar mudanças no texto e que podem esperar antes de submetê-lo a voto, contrariando altos dirigentes palestinos de Ramallah, na Cisjordânia.
Mansur destacou que os palestinos "não fecham a porta ao prosseguimento das negociações", inclusive "com os Estados Unidos, se eles desejarem", para modificar o texto.
Sob a pressão dos europeus e dos países árabes, principalmente Jordânia, os palestinos aceitaram prosseguir com as negociações, incluindo com os EUA, para atingir um texto de consenso que possa ser aceito pelo Conselho.
Kerry defende um texto "pensado"
Há semanas que os países europeus buscam um texto de consenso que satisfaça os palestinos e seja aceitável para Washington e para Israel, o que exige uma proeza diplomática e explica a dificuldade das negociações.
Washington não terá qualquer restrição se os palestinos apresentarem uma resolução "pensada" à ONU, desde que o texto não aumente as tensões com Israel, revelou nesta quarta-feira o secretário americano de Estado, John Kerry.
Ao apresentar o texto, apesar das advertências dos Estados Unidos, os palestinos não escondem sua impaciência com a incapacidade de Kerry para obter avanços diplomáticos.
"Já estamos fartos" das conversas bilaterais com Israel, explicou Mohammad Shtayyeh, ligado ao presidente palestino, Mahmud Abbas.
Os palestinos querem aproveitar o crescente apoio da Europa, reforçado nesta quarta-feira pelo Parlamento Europeu, que se manifestou favorável ao reconhecimento de um Estado palestino, seguindo os passos dos parlamentos de França, Espanha, Grã-Bretanha e Portugal.
Em qualquer caso, mesmo que fracassem todas estas iniciativas, "a questão palestina não vai desaparecer por si só", prometeu Mansur, que prevê neste caso "uma nova fase".
Na segunda-feira, durante a assembleia de estados-membros da Corte Penal Internacional (CPI), Mansur confirmou a vontade de se unir, no "momento oportuno", a este tribunal para acusar Israel por crimes de guerra na Faixa de Gaza.