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Países vacinados temem recaída com reabertura de viagens aéreas

Autoridades enfrentam um dilema. Um segundo verão seguido no Hemisfério Norte sem um volume significativo de viagens aéreas representaria um grande revés

Avião da Delta em Denver: reabertura nos EUA tem levado a aumento do número de casos (Elijah Nouvelage/Bloomberg)

Avião da Delta em Denver: reabertura nos EUA tem levado a aumento do número de casos (Elijah Nouvelage/Bloomberg)

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Bloomberg

Publicado em 19 de abril de 2021 às 13h32.

Última atualização em 19 de abril de 2021 às 16h50.

Países que vacinaram rapidamente a população contra o coronavírus retomam com cautela as viagens internacionais, um sinal de que levará tempo para a esperada recuperação do tráfego aéreo.

A capacidade de companhias aéreas do Reino Unido permanece estagnada em cerca de 0,1% do nível de 2019, enquanto o governo pondera uma meta para reiniciar as viagens internacionais em 17 de maio. Israel, onde quase 55% da população foi totalmente vacinada, se prepara para receber visitantes em grupos a partir de 23 de maio, caso possam demonstrar que foram imunizados.

Autoridades enfrentam um dilema. Um segundo verão seguido sem um volume significativo de viagens aéreas representaria um grande revés para a indústria de aviação já em dificuldades, e também para hotéis, lojas e restaurantes que dependem do turismo.

Ao mesmo tempo, existe a preocupação de que a reabertura prematura contribua para espalhar novas cepas do coronavírus e elimine os avanços para desacelerar a propagação da doença.

Os EUA servem como exemplo. O país ainda tenta reduzir as taxas de infecção, mesmo com a rápida campanha de vacinação. Embora viagens internacionais para a maioria dos destinos ainda tenham restrições, a capacidade doméstica está aumentando, e companhias aéreas planejam adicionar voos nas próximas semanas.

O Chile teve que recuar. O país encomendou a Coronavac da chinesa Sinovac Biotech e já vacinou totalmente mais de 25% da população. Mas, depois de reabrir para viagens aéreas em novembro, o governo fechou as fronteiras este mês em resposta ao aumento de casos de Covid-19.

Abordagem cautelosa

No Reino Unido, cerca da metade da população recebeu pelo menos uma dose. O governo britânico, determinado a proteger o sucesso conquistado a duras penas na redução das taxas de infecção, disse que analisará os dados no início do próximo mês sobre quais países devem ser incluídos na lista verde de seu sistema de semáforos, antes de tomar uma decisão final sobre a meta de 17 de maio para suspender a proibição de viagens não essenciais.

Companhias aéreas pedem que o Reino Unido assuma a liderança para a reabertura da região. O CEO da Wizz Air, Jozsef Varadi, disse na semana passada que já não espera a recuperação das viagens aéreas na Europa durante a alta temporada do verão, citando as restrições de viagens e problemas das campanhas de imunização.

Israel lidera o ranking mundial de vacinações e, embora o país esteja ansioso para retomar o turismo, o governo disse que a reabertura será gradual a partir de 23 de maio. Grupos terão prioridade porque são mais fáceis de monitorar, segundo o jornal Haaretz. Nenhuma data foi definida para permitir viajantes individuais, e autoridades de saúde monitoram o número de casos antes de tomar uma decisão.

--Com a colaboração de Márton Éder, Kyunghee Park, Corinne Gretler e Layan Odeh.

 

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