Países do Brics chegam a consenso sobre agenda sustentável
Segundo informou hoje o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência cada país se encarregará de desenvolver um tema especial
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2014 às 19h10.
Rio de Janeiro - Os delegados dos países emergentes, que integram o bloco conhecido pelo acrônimo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), reunidos desde ontem (18), no 6º Fórum Acadêmico que se desenvolve no Rio de Janeiro, anunciaram consenso em torno da construção de uma agenda sustentável comum.
Segundo informou hoje (19) à Agência Brasil o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( Ipea ), Marcelo Neri, cada país se encarregará de desenvolver um tema especial. No caso do Brasil, a pauta engloba a inovação e a troca de conhecimentos entre os BRICS, a África do Sul tratará da parte social e ambiental, enquanto a Rússia abordará questões de segurança e China e Índia ficarão com pontos econômicos.
“Acho que o evento foi muito frutífero. Ele reúne países grandes e importantes, que abrigam mais de 40% da população mundial, mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) global hoje, e vão ser mais de 50% (do PIB) daqui a 20 anos, ou seja, a maior parte da riqueza futura”. Neri ressaltou que os mesmos países do bloco emergente respondem, também, por mais de metade da pobreza mundial, e destacou que nessas nações ocorre um processo de emancipação muito forte.
“É um grupo importante, relevante, de países muito diferentes entre si, que constitui um espaço privilegiado para um fórum acadêmico, onde o aprendizado e a troca de conhecimento são a tônica”, disse. Salientou que o caso brasileiro é o mais diferente entre os BRICS, cujo conceito tem origem econômica, baseado no crescimento e na participação do PIB, embora o bloco se destaque mais pelo tamanho de sua população e pela própria questão da pobreza.
“O Brasil tem sido um ponto fora da curva, 'via-a-vis' os demais BRICS, porque em dois terços dos países do mundo a desigualdade está subindo e, no Brasil, está caindo de um nível muito alto, mas está em queda”. Lembrou que as tecnologias sociais do Brasil despertam interesse no mundo.
Marcelo Neri disse que para reforçar o intercâmbio de conhecimento e de experiências entre os integrantes do grupo, o governo brasileiro está lançando, nesta semana, uma plataforma intitulada Mundo sem Pobreza.
Ele celebrou a convergência a que chegaram os países no fórum acadêmico, que se encerra nesta quarta-feira. Considerou que “nem sempre isso é fácil, porque o BRICS é um grupo diferente dos demais blocos tradicionais de países que lutam por interesses comuns, como a América Latina, a Europa, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mais caracterizados pelas semelhanças. O BRICS tem essas duas características: é relevante e é diferente entre si. Então, o grande caminho é a troca de conhecimentos”, indicou.
Na avaliação do ministro, é um grande desafio para o Brasil cuidar dessa parte de troca de conhecimentos. “É o caminho para o maior valor adicionado que esse grupo dos BRICS tem, pela troca de conhecimentos, a partir das diferenças”.
Os países do bloco concordam também que é preciso definir um critério comum para poder comparar as classes médias que estão surgindo em cada um. “Basicamente, em todos esses países, a classe média está subindo. Só que, no Brasil, a classe média sobe desde baixo. Essa é a característica”. A discussão sobre a classe média durante o fórum abordou como medir essa camada da população e quais políticas têm de ser estabelecidas para ela. “Um novo foco para além da superação da pobreza”, segundo Neri.
O tema será também desenvolvido por cada um dos membros do bloco, com o Brasil exercendo o protagonismo desse processo. “Até porque o Brasil é uma síntese do mundo. O nível de distribuição de renda no Brasil é muito próximo do mundo. Então, o Brasil é um bom laboratório”, comentou o ministro.
Rio de Janeiro - Os delegados dos países emergentes, que integram o bloco conhecido pelo acrônimo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), reunidos desde ontem (18), no 6º Fórum Acadêmico que se desenvolve no Rio de Janeiro, anunciaram consenso em torno da construção de uma agenda sustentável comum.
Segundo informou hoje (19) à Agência Brasil o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( Ipea ), Marcelo Neri, cada país se encarregará de desenvolver um tema especial. No caso do Brasil, a pauta engloba a inovação e a troca de conhecimentos entre os BRICS, a África do Sul tratará da parte social e ambiental, enquanto a Rússia abordará questões de segurança e China e Índia ficarão com pontos econômicos.
“Acho que o evento foi muito frutífero. Ele reúne países grandes e importantes, que abrigam mais de 40% da população mundial, mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) global hoje, e vão ser mais de 50% (do PIB) daqui a 20 anos, ou seja, a maior parte da riqueza futura”. Neri ressaltou que os mesmos países do bloco emergente respondem, também, por mais de metade da pobreza mundial, e destacou que nessas nações ocorre um processo de emancipação muito forte.
“É um grupo importante, relevante, de países muito diferentes entre si, que constitui um espaço privilegiado para um fórum acadêmico, onde o aprendizado e a troca de conhecimento são a tônica”, disse. Salientou que o caso brasileiro é o mais diferente entre os BRICS, cujo conceito tem origem econômica, baseado no crescimento e na participação do PIB, embora o bloco se destaque mais pelo tamanho de sua população e pela própria questão da pobreza.
“O Brasil tem sido um ponto fora da curva, 'via-a-vis' os demais BRICS, porque em dois terços dos países do mundo a desigualdade está subindo e, no Brasil, está caindo de um nível muito alto, mas está em queda”. Lembrou que as tecnologias sociais do Brasil despertam interesse no mundo.
Marcelo Neri disse que para reforçar o intercâmbio de conhecimento e de experiências entre os integrantes do grupo, o governo brasileiro está lançando, nesta semana, uma plataforma intitulada Mundo sem Pobreza.
Ele celebrou a convergência a que chegaram os países no fórum acadêmico, que se encerra nesta quarta-feira. Considerou que “nem sempre isso é fácil, porque o BRICS é um grupo diferente dos demais blocos tradicionais de países que lutam por interesses comuns, como a América Latina, a Europa, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mais caracterizados pelas semelhanças. O BRICS tem essas duas características: é relevante e é diferente entre si. Então, o grande caminho é a troca de conhecimentos”, indicou.
Na avaliação do ministro, é um grande desafio para o Brasil cuidar dessa parte de troca de conhecimentos. “É o caminho para o maior valor adicionado que esse grupo dos BRICS tem, pela troca de conhecimentos, a partir das diferenças”.
Os países do bloco concordam também que é preciso definir um critério comum para poder comparar as classes médias que estão surgindo em cada um. “Basicamente, em todos esses países, a classe média está subindo. Só que, no Brasil, a classe média sobe desde baixo. Essa é a característica”. A discussão sobre a classe média durante o fórum abordou como medir essa camada da população e quais políticas têm de ser estabelecidas para ela. “Um novo foco para além da superação da pobreza”, segundo Neri.
O tema será também desenvolvido por cada um dos membros do bloco, com o Brasil exercendo o protagonismo desse processo. “Até porque o Brasil é uma síntese do mundo. O nível de distribuição de renda no Brasil é muito próximo do mundo. Então, o Brasil é um bom laboratório”, comentou o ministro.