Países árabes criticam decisão de Trump sobre Colinas do Golan
Os países, no entanto, se mostraram divididos em uma série de outras questões, incluindo se devem readmitir a Síria
Estadão Conteúdo
Publicado em 31 de março de 2019 às 12h57.
Última atualização em 31 de março de 2019 às 12h57.
Tunes, Tunísia - Líderes reunidos na Tunísia para a Cúpula da Liga Árabe neste domingo (31), criticaram decisões do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , consideradas injustamente benéficas para Israel . Os países, no entanto, se mostraram divididos em uma série de outras questões, incluindo se devem readmitir a Síria.
Representantes da Liga de 22 países - menos a Síria - esperam condenar conjuntamente o reconhecimento de Trump das Colinas do Golan - que pertencem à Síria e que Israel ocupou em 1967 - como território israelense, e também a decisão do ano passado de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.
Na abertura da cúpula, o rei Salman afirmou que a Arábia Saudita "absolutamente rejeita quaisquer medidas que reduzam a soberania da Síria sobre as Colinas do Golan", e que apoia a criação de um Estado palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com o leste de Jerusalém como capital. Ele disse ainda que a instabilidade da região se deve ao envolvimento do Irã.
Espera-se que os líderes árabes reunidos na Tunísia divulguem uma declaração condenando esses movimentos. O porta-voz da cúpula, Mahmoud Khemiri, disse que haverá uma "forte resolução" em Golan. Mas é improvável que os líderes tomem medidas além dessas.
A reunião deste ano ocorre num contexto de guerras em curso na Síria e no Iêmen, autoridades rivais na Líbia e um boicote ao Qatar por quatro membros da Liga. O presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, e o presidente do Sudão, Omar al-Bashir, não foram à reunião porque enfrentam protestos contra seus longos reinos.